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22 de outubro de 2009

HÁ 38 ANOS JÁ SE FALAVA





E QUISEMOS LÁ SABER! NÃO MELHORÁMOS NADA, AINDA




10 de outubro de 2009

PRAXES, SIM OU NÃO?








Não percam a discussão sobre as praxes AQUI, posts escritos por vários convidados, ainda só vão no primeiro, mas a discussão acesa.
Já há um aluno morto.
O que se dirá aos pais dele?

22 de setembro de 2009

20 de setembro de 2009

18 de setembro de 2009

PENSEI EM SI, FUNES





que se calhar já está a par de tudo isto e pensei também no Carlos Dugos, um pintor de quem muito gosto.
Gostaria que se não ficassem pelo nome e mudassem de página e também não se fiquem pelo princípio, pois o final é estonteante.
Não se está no domínio da espiritualidade, está-se no campo da física e da matemática.
Tenho sempre gostado muito da física quântica, mas tinha-me ficado pela Teoria das Cordas, que foi o que me levou a pensar no Funes. Um Universo em que tudo é música!
Nos anos 90 o stress no meu trabalho aumentou exponencialmente e a física foi sacrificada. Não tinha tempo.
Encontrei este video hoje e fiquei encantada.
São 45 minutos para ouvir com calma e muita, mesmo muita atenção.





16 de setembro de 2009

O CAPITALISMO NEOLIBERAL DO SÉC. XXI






Desta vez mandaram-me este mail, um dos meus filhos. Para vos ser completamente sincera, não o consegui ver até ao fim. Nunca consegui ver filmes de terror, este é a vida de terror.
Saber que existe esta vida de terror, faz-me mal. Não sei o que possa fazer para a aliviar


22 de agosto de 2009

POLÍTICAS



Não sei o que mais me deprime, se um mail que me mandaram com um youtube com José Pinto Coelho do PNR, se este que estava ao lado




5 de agosto de 2009

CONVERSANDO COM UM NETO





sobre educação sexual, apareceu como NÃO PODIA DEIXAR DE SER, o uso de preservativo........

O primeiro video foi premiado



O segundo é hilariante



16 de julho de 2009

DUO DE GATOS





Hei-de voltar, quando estiver melhor
Entretanto fica este video, delicioso, recebido por mail





17 de junho de 2009

KOYAANISQATSI - LIFE OUT 0F BALANCE





Sei que quarenta minutos é muito tempo, mas como cada video só demora dez minutos.....venham cá MAIS VEZES ATÉ OS VEREM TODOS, ou vão youtube
NÃO DEIXEM DE OS VER.
Fazem parte de uma trilogia que espero vir a editar aqui

















8 de junho de 2009

DISCURSO DE OBAMA NO CAIRO





São as partes mais importantes do discurso de Obama no Cairo e são só 5 minutos.
Se o quiserem ouvir todo, está no YouTube
Não tenho necessidade de comentar.
No entanto deixo a esperança de que não sejam só palavras





26 de maio de 2009

SER OU TER




Paulo Medeiros





Os pobres desejam ter, quanto mais não seja dinheiro para comer. Não lhes pode interessar o ser, porque só serão se tiverem de comer, para não falar dos que nada de nada têm.
Os ricos e muito ricos desejam ter bens que podem comprar com o dinheiro que têm. A maior parte deles pensa que é, porque tem.
Isto vem a propósito da educação e dos valores morais do post anterior, vem a propósito também do consumo e do ser e do ter-se.
«Só se é quando se tem bens; quanto mais se tiver mais se é» esta foi a herança deixada pelas gerações mais velhas do antes de Abril de 74 aos operários e aos trabalhadores rurais, talvez os dois tipos de trabalhadores que mais se desenvolveram financeiramente no pós 25 Abril, com os seus salários a aumentarem estrondosamente.
São estes pais, a quem faltou na juventude quase tudo, que fazem os maiores sacrifícios para que nada falte aos seus filhos, e quando digo nada, refiro-me por exemplo a um blusão de cabedal de uma marca conhecida dado a um filho de 12 anos que custou mais do que todo o salário da mãe, só para o menino não se sentir mal ao lado dos seus colegas.
Asneira? Que sei eu disso se nunca me senti posta de lado por colegas e muito menos por não ter de vestir. Como se diz a uma mãe que quase não andou na escola e quando o fez foi descalça que é asneira gastar mais do que o seu salário, salário esse que fazia falta em casa, para comprar um blusão de cabedal que no ano seguinte já não servirá ao filho?
São estes filhos que tudo tiveram, que viram os seus pais fazerem os maiores sacrifícios para que nem sequer as parvoíces lhes faltassem, agora já com um canudo na mão que acham, por terem sido assim educados, que tudo lhes é devido.
Eles têm de ter para ser, foi isso que sempre desde gerações lhe foi incutido. O senhor Doutor era o Senhor Doutor, não por saber, sabiam lá eles disso, mas porque tinha uma casa, ou uma quinta e tinha trabalhadores ou criados e criadas a trabalhar para si.
Eles tinham, por isso serem doutores.
Eis agora a segunda geração que já é doutora e sente que não é, porque não tem e pensa, com toda a sociedade a dizer-lhe que pensa bem, com toda a sociedade a dar relevo ao que o Figo ou o Ronaldo ganham, que se comprar, se mostrar que tem, mesmo que comprado fiado, passa a ser. Endivida-se então para comprar o carro, a casa, o frigorífico mais as máquinas de lavar e ainda o pc tanto o fixo como o portátil, mais o serviço da Vista Alegre que o banco vendia e também o de copos de cristal.
Como se explica a estas pessoas que se pode ser sem se ter, que o importante é ser, quer se tenha ou não?
Ainda no outro dia ouvi dizer que para arranjar emprego é necessário 50% de conhecimentos, 30% de sorte e 20% de sabedoria.
Fiquei arrepiada, porque conheço bem a pessoa em questão e sei que não foi educada assim. O que se terá passado então de lá para cá?
Os ‘conhecimentos’ são uma forma de ter e toda a sociedade capitalista, pelo menos até esta crise, depois logo se verá, quer ter, quer só ter, dinheiro, bens, conhecimentos e faz tudo, esfola o gato e rouba a mãe, para ter.



22 de maio de 2009

OUTROS TEMPOS








Obrigado INÊS, pelo mail.





Gigliola Cinquetti fará 62 anos em Dezembro, só dois meses mais velha do que eu. Tinha dezasseis anos quando cantou no festival de San Remo em 1964, penso que foi em San Remo.
Não, não me parece que tenha sido ontem que a vi, porque o tempo, naquele tempo, nunca mais passava, um ano era igual a dois ou três de agora.
Mas lembro-me bem do que torci para que ela ganhasse, enquanto assistia à votação do festival da canção.
Dei por mim a olhar enternecida para a letra e a pensar que se fosse hoje esta canção nunca teria sido escrita. Dá para imaginar uma rapariga de 16 anos a dizer que não tem idade para amar? ou que não pode sair sozinha com o namorado? ou querer viver um amor romântico à espera 'daquele dia'? porque era obrigatório casar, nada de confusões e casar virgem, não esquecer. Dá para imaginar ser-se concorrente num festival, gravado pela televisão, vestida de saia e camisola?
Fico-me a pensar no amor romântico.....juras eternas, não conseguir viver sem nós e nós sem ele.....acreditávamos nisso tudo, aos dezasseis anos e mais tarde, embora disséssemos que isso eram histórias da carochinha, no fundo, bem no fundo esperávamos que fosse verdade, pelo menos com cada uma de nós, queríamos ser as inspiradoras, as musas daquele que vivesse connosco.
É verdade que não podíamos sair com o namorado sem o irmão ou irmã irem atrás, dar a mão só às escondidas......por baixo de um livro, Ha!Ha!Ha! Dançar de cara encostada era um perigo, os padres avisavam, um beijo? nunca!!! no entanto ninguém nos preparou para o que a vida nos tinha reservado. As decepções foram muitas e rápidas. Uns ficaram-se, outros viraram a mesa e outros ainda separaram-se.
Sei agora, enfim, há uns anos, bastantes, que ninguém nos pode preparar para a vida.
Eu que sempre fui reguila, que sempre pus em causa toda a educação que me deram, dei por mim a pensar que se não tivesse havido essa educação não tinha existido esta canção que é uma ternura.



18 de maio de 2009

ABRIL/MAIO




Barbara Matthews






Este ano não festejei nem Abril nem Maio. Não festejei na blogosfera, bem entendido, porque no coração festejo em cada dia que me lembro e lembro-me muitas vezes.
Tal como o Natal, Abril é quando um homem quiser e uma mulher também.
Passeando pela blogosfera e tenho-o feito tão pouco, ainda assim deu para perceber o saudosismo que por aí anda..... à solta e eu sem o compreender.
Falam de que não foi para isto que se fez Abril, que falta fazer Abril, que o povo já não ordena, eu sei lá, um monte de coisas, mas quem fala sempre se põe fora da acção e é isso que eu não entendo.
Vejamos as minhas verdades:
Quem fez o 25 de Abril foram uns capitães, a quem agradeço do fundo do coração, que estavam fartos das comissões nas colónias, fartos de verem morrer e ficarem estropiados camaradas seus, fartos de verem morrer filhos com febres, paludismo e malária.
É bom que se não esqueça que não houve povo algum, que não houve partido algum, nem mesmo o PCP.
É verdade que bastou 13 anos de guerra para acabar com um regime que tantos lutaram para deitar abaixo sem o conseguirem. É verdade que deram volta à cabeça dos militares do quadro, mas quem lhes deu uma visão diferente foram os milicianos, principalmente os alferes milicianos, quase todos oriundos de faculdades. No meio desses alferes estariam também PCPs, mas a maioria não tinha partido, eram só contra uma guerra que não tinha sentido. Eram só contra o regime.
A democracia viria mais tarde ou mais cedo, penso, o que ninguém sabe é em que condições e desse passado alternativo ninguém quer falar. Muitos sempre atiram pedras contra a descolonização, sem nunca quererem imaginar como teria sido a descolonização nesse passado alternativo.
O Povo saiu à rua rua, todo, há sempre excepções, a festejar. No 1º de Maio viram-se Mercedes, muitos Mercedes, os BMs ainda não tinham status, Porsches , Ferraris a buzinar pelas ruas, com cravos na mão. Inesquecível.
O Povo nunca ordenou, o Povo sonhou ordenar, esse Povo que somos todos nós, votou e entregou o poder com que sonhava nas mãos de outros, pensando que sonhavam a mesma coisa....não sonhavam! votou outra vez e outra e outra e outra, entregando o poder àquele, dando maioria absoluta e este por diversas vezes, e por uma vez a áquele.... enfim, apesar de tudo não tenho dúvida que estamos, esse Povo, o Povo Português, melhor do que estávamos antes de Abril de 74.
Está mal? E de quem é a culpa? Não me falem em governantes.
A culpa é de todos nós, e de cada um de nós que milita ou não milita, que vota, ou que não vota, mas que de todos os modos escolhe. A mim sempre me surpreende esta facilidade com que descartamos responsabilidades, esta facilidade com que nos sentamos no sofá a mandar bocas para os outros
A culpa deste saudosismo bacoco e minha e tua. A culpa de haver ou não haver Abril é minha e tua.
Nada de tentar desculpabilizar.



16 de maio de 2009

BONS BLOGS






Andava eu à procura de uma imagem, quando me deparei com este blog.
Comecei por um post muito bem escrito e documentado sobre Van Gogh em junho de 2007.
Aqui fica para darem uma espreitadela
Pergunta se quer continuar a ver, aquelas coisas que o blogger faz vá lá saber-se porquê

PORTFOLIO X


14 de maio de 2009

AS FASES DE UMA CRISE IV



Leonid Afremov




- O Nuno sapo, é de morrer a rir, exclama Rita, aquele borraco um sapo!!!
E lá voltam as gargalhadas.
- sim, a imagem é engraçada, remata Isabel, mas o Nuno é capaz de não lhe achar graça nenhuma.
O Nuno, entretanto deve estar a sofrer tanto com o distanciamento, como por saber que Maria “pode” estar apaixonada por outro.
Deve estar a passar por momentos de profundo amor tentando demonstrar a Maria que a ama mais do que tudo e, eventualmente, mais do que todos; deverá querer demonstrar esse amor de forma também física.
Para um dependente a relação sexual será a única maneira de obter o controlo sobre o dominante, visto que para o dependente as relações sexuais são a única forma de possuir o outro.
O Nuno se sentir retraimento da parte da Maria, entrará cada vez mais em ansiedade e medo de a perder, o que fará com que misture o amor com a dor.
Poderá estar, consecutivamente, a fazer-lhe declarações de amor, o que o fará entrar em maior ansiedade, visto Maria parecer estar fria em relação a ele, eventualmente interessada por outro.
- parece estar? pergunta Matilde, está, pelo menos afirma-o
- não é líquido que o esteja, responde Isabel
- explica lá isso, pede Mitó
- não há nada a explicar. Não se sabe se a Maria está verdadeiramente fria em relação ao Nuno ou interessada noutro. Pode ter havido factores que a levaram a pensar que estava, ou ter-se enganado quanto aos sentimentos. Eu sei lá, tanta coisa pode ter acontecido.
- é natural que o Nuno passe, mais tarde por uma fase de raiva contra a Maria, e contra si, por se ter empenhado tanto em não a perder e ela não o ter aceitado. Mais cedo ou mais tarde dará por isso e tentará outras abordagens, porque irá perceber que as suas tentativas não resultam.
Pode tentar fazer-se difícil, ou tentar fazer-lhe ciúmes. O perigo desta situação é poder envolver uma terceira pessoa, se ele ainda estiver centrado na Maria. O que não há dúvida é que o seu sofrimento é real e cada vez maior, podendo achar que não vai conseguir aguentar tanta dor.
A Maria deverá querer separar-se, se o Nuno não se modificar.
- então ainda há esperanças? Pergunta Rita
- se ele conseguir mudar.
Todas as pessoas, quando entram num estado de dor, usando mais uma vez uma imagem, conforme a dor vai aumentando descem a um poço. Depende de pessoa para pessoa, o nível a que está o fundo do poço.
Durante essa travessia do deserto, poderão perder o apetite, ou comer avidamente, ou poderão vir a consumir drogas ou álcool.
Quando se chega ao fundo do poço, o único caminho (não quero falar do suicídio) é para cima, e o dependente mal começa a ascensão, deixa de o ser.
Evidentemente, que se nalgumas pessoas o fundo do poço não é muito fundo, porque a sua capacidade de sofrimento, ou sua auto estima não os deixam sofrer durante muito tempo, haverá outros que para atingirem o fundo demorarão mais tempo, assim como haverá quem tenha uma subida mais lenta e outros mais rápida.
É normal recuperarem toda a sua integridade.
- Isso era tudo muito bonito se não estivessem já separados, acrescenta Matilde
- Foi uma decisão acertada a do Nuno. Quanto mais depressa se afastar mais depressa poderá deixar de ser dependente.
Para isso deveria ter a força de vontade, a auto estima ou orgulho, como lhe queiram chamar, de deixar de ‘namorar’ a Maria. Deveria fazer de conta que ela deixou de lhe interessar, mas esta é uma decisão difícil de tomar, tanto mais se não houver aconselhamento
No entanto a separação pode não ser má de todo. Dá-lhes azo a verem melhor e com mais distanciamento os seus sentimentos. Dá-lhes liberdade para conhecerem outras pessoas e poderem através delas verem melhor o que rejeitaram
- estás a dizer que poderão nunca mais de reconciliar? Pergunta Mitó
- quando duas pessoas se separam não estão a pensar na reconciliação, por isso nós também não o deveremos fazer. Para não termos desilusões. O caso da Joana e do Kiko não é vulgar.
- achas que o Nuno já terá chegado ao fundo do poço? pergunta Matilde
- não faço a mínima ideia. Penso que só ele o saberá.
- e como poderemos ajudar o Nuno? pergunta Mitó
- ajudar o Nuno é difícil de fazer, sem ele o querer. A maior ajuda é mostrarmo-nos disponíveis para ele.
- de que nos serve saber todas as fases? pergunta Rita
Vale a pena saber as fazes de uma crise Rita, para conseguires identificar, se alguma vez entrares em crise, o papel que desempenhas e tentar contrariá-lo. Principalmente se for o de dependente.
Poderás ter mão nos sentimentos e tentar não passar por todas as fases desadequadas. Poderás tentar fortalecer-te, ficares mais independente em relação ao outro, para mais tarde poderes lutar pela resolução da crise.
Não se esqueçam que generalizei muito, que condensei mais e que estive a falar de comportamentos padrão. Não se esqueçam que o dependente também pode ser a mulher e o dominante o homem.
É muito vulgar o dominante ser o homem, e não tem a ver com gerações, mas com comportamentos.


11 de maio de 2009

AS FASES DE UMA CRISE III




Leonid Afremov




- Então diz lá Isabel, pediu Matilde, explica lá porque te parece que o Nuno já foi dominante e já não é.
- porque ao Nuno, desde há uns anos atrás, começou-lhe a correr bem a vida profissional.
Entrou num grupo multinacional onde era difícil entrar, aliás ele foi o único que entrou sem curso superior, lembram-se não se lembram, como ele ficou contente? Depois foi reconhecido como bom no seu campo profissional e, tem vindo sempre a aumentar o seu prestígio, tendo sido promovido várias vezes, além de ter facilidade em agregar consensos.
Por outro lado, a Maria demorou mais tempo até lhe ser reconhecida a qualidade profissional, por isso nessa fase é natural que o Nuno tenha sido dominante.
- mas todos achávamos que eles se davam tão bem, acrescentou a Mitó, e nunca me pareceu que o Nuno não lhe ligasse
- claro que não, acrescentou a Rita. Tanto que gostava dela, que está na merda.
- é isso mesmo. A Maria nunca foi uma completa dependente, porque se conhece muito bem, é bonita, simpática, sabe que o é, faz amigos com facilidade e sempre contou com o amor do Nuno, pois sempre foi o centro dele.
No entanto é uma mulher maternal cujos filhos começam a não precisar dela, quer dizer, como a mais velha é uma rapariga com 11 anos, uma pré adolescente, a necessidade da mãe já não é tão flagrante, começando a sentir que precisa de um espelho exterior ao lar
Foi depois promovida e passou a ter de ir várias vezes por ano ao estrangeiro, como directora comercial, o que lhe dá uma noção de peso na sociedade bem diferente. É-lhe reconhecido estatuto, o que lhe agrada.
Quando foi promovida a vida deles levou um abanão e houve um início de uma crise, que conseguiram resolver naquele momento, mas que deve ter deixado sementes no ar.
Entretanto o Nuno torna a ser promovido para um lugar que lhe exige que ande diariamente a passear pelo país. Fica fora de casa vários dias por semana.
Poderia ter sido bom, mas não foi. Se a Maria pensava que não poderia viver sem o Nuno, ficou a saber que conseguia e que até talvez vivesse melhor. Soube-lhe bem o afastamento.
A bomba aparece personalizada num casal ‘amigo’ bastante mais dela do que dele.
É aqui que se dividem.
A Maria não abre mão de se dar com os novos amigos, ele recusa-se a sair com eles. Parece uma coisa de nada, mas são visões diferentes de vida. Ela quer-se divertir mais fora de casa, ele não
A Maria torna-se dominante, visto que é ela que decide e o Nuno começa a ter medo de a perder.

Notem, que tudo isto se passa no domínio do inconsciente. Penso que a Maria, ainda não se identificou nem como dependente, nem como dominante.
- ainda bem que dizes que é inconsciente, porque não a estou a ver a fazer o papel de controladora, disse Rita
- mas como passou a Maria repentinamente de dependente a dominante? Pergunta Matilde
- passou, responde Isabel, quando o Nuno percebe que está a um passo de a perder, mostra-se perdidamente apaixonado, tentando fazer tudo para lhe agradar, se quiserem uma imagem que diz tudo, “rasteja a seus pés”
- caramba, diz Mitó, quer dizer que a Maria, por mais que ele faça, se vai afastar cada vez mais.
Também não gostava que o meu parceiro rastejasse aos meus pés. Mas o Nuno é inteligente, como cai numa asneira dessas?
- porque foi apanhado pelo paradoxo da paixão, não identificando a fase da crise que está a passar.
A Maria, vai começar a achar enjoativa a situação, vai-se afastar progressivamente, quanto mais insistente ele for.
O Nuno vai deixar de ser sexualmente atractivo para a Maria, que inclusivamente o deixará de achar tão inteligente e tão criativo e, o afastamento acabará por se dar.
- tu não me digas que ela vai achar aquele borracho enjoativo! Exclama Mitó. Dá Deus nozes a quem não tem dentes
E todas se riem como para desanuviar o ambiente pesado que a conversa traz.
- Acaba Isabel, pede Rita, depois de findas as gargalhadas.
- Está longe de estar acabado. Vou acabar a parte do dominante, dando-vos uma imagem.
Enquanto se deram bem, o Nuno era para a Maria um príncipe. Agora mesmo que todos o achem um príncipe, para ela esse príncipe passou a sapo.



8 de maio de 2009

AS FASES DE UMA CRISE II




Karen Cooper




Vamos lá a ver: na paixão como no amor, os dois são dependes um do outro, não se esqueçam que estamos a falar de situações ideais, que é raro acontecerem, continuou Isabel
Estes desequilíbrios podem começar por vários factores. Os casais equilibrados emocionalmente conseguem resolver os conflitos, quase sem darem por isso.
Mas haverá situações em que nem mesmo esses, conseguem resolver o problema sem passar pelo que se chama o paradoxo da paixão e que divide os seres em dominantes e dependentes.
Pode, por exemplo, haver desequilíbrio no chamado poder de atracção
- o que é que isso quer dizer, perguntou Rita
- quer dizer que um deles sentiu que o outro tem mais poder de atracção e começa a ter medo que esse outro que é tão interessante ou bonito, tenha hipóteses acrescidas de atrair outros que o queiram, ficando o primeiro angustiado e querendo agradar ao segundo, a todo o custo.
Isto é importante, porque da “ qualidade da imagem” que temos, depende o sucesso profissional, amoroso, fama, etc., e nunca são demais para o próprio.
Vou, portanto, só nomear os vários factores.
Desequilíbrio circunstancial, como por exemplo mudar de cidade, mudar de emprego, perder o emprego, ter filhos, são sempre períodos stressantes.
Se, se juntarem dois destes factores, o desequilíbrio será enorme e até casais estáveis passarão por um período bem difícil.
Estilos de personalidades, bem diferentes, também podem causar desequilíbrios graves.
Frustração Professional ou desadequada em relação ao outro.
E já está? perguntou Mitó. Que podemos inferir daqui?
Vou-vos explicar como funciona o dominante A e o dependente B, em termos gerais, depois debruço-me sobre o que sente cada um.
O desequilíbrio insinua-se primeiro, para só depois se instalar.
Quando B sente estar em desvantagem, ficando na posição de dependente do amor, faz qualquer coisa, na maior parte dos casos erradamente, inadequadamente, para agradar a A.
B passa a amar mais, a estar mais apaixonado por A, do que A por B.
A sente confusão por já não funcionarem a dois. A sente de repente uma sensação de controlo em relação a B. Sente-se tão segura e tão confiante, que deixa de se sentir atraída por B.
Entram numa reacção em cadeia, quanto mais B tenta agradar, mais A sente que o controla e desinteressa-se, acabando por o rejeitar.
Num casal equilibrado, esta predominância de poder ou de domínio é a maior parte das vezes de alternância, e os próprios quase a não sentem.
- então a Maria é a dominante, e o Nuno o dependente? Pergunta Matilde
- neste momento é o que parece, responde Isabel. Mas tenho a impressão que já aconteceu o contrário, ou seja que o Nuno já foi o dominante.
- ouve lá Isabel, a partir daqui podíamos falar da Maria e do Nuno, interpela Rita, porque o que queremos saber é como os poderemos ajudar.
- não me importo, desde que sejam discretas, assentiu Isabel.


6 de maio de 2009

AS FASES DE UMA CRISE I





Karen Cooper





......... - Pois é Matilde, mas se os amigos se começarem todos a separar, vamos todos sentir algum desequilíbrio emocional
Todos julgam que os grupos são fortes, mas quando se começam a desintegrar, é o próprio grupo que fica mais frágil....só que agora já são os nossos filhos que se estão a separar...Um ano e tal depois cá estamos com outra separação, não é Matilde?
- outra....se tiver o mesmo fim que teve a da Joana e do Kiko, bem vai o mundo.
- Sei lá, muitas vezes penso que a Joana e o Kiko parecem bem, mas nunca tenho a certeza, diz a Rita
- isso é normal, respondeu a Isabel, ficamos sempre à espera de uma próxima vez
- e desta vez Isabel , pergunta Rita, a Maria ou o Nuno já te pediram conselho? Estes como são mais novos já podiam ter recorrido a ti
-respondo-te a mesma coisa que te respondi o ano passado:
mesmo que algum deles tivesse ido ao meu escritório, podes crer que não teria dado nenhum conselho a não ser dar-lhes o nome de vários dos meus colegas, para eles decidirem quem os iria acompanhar.
Mas essas coisas já estão descritas, há muito tempo. Quem quiser saber alguma coisa é só ir ler.
E se as meninas querem uma aulinha como a do ano passado, vou já relembrá-las e mudarei os nomes e a situação que parecendo ser bem diferente até o não é assim tanto.
Ora vejamos:

- O que as meninas querem é uma aulinha de psicologia dos problemas matrimoniais, em vez de pegarem num livro e irem ler...resmungou com ironia sorridente Isabel.
Para isso é necessário definir o que é paixão e amor....
- isso todas sabemos o que é, interrompeu Rita a impaciente
- ....em termos profissionais. Ainda achas que sabes o que é Rita?
- parto do princípio que o mesmo que todas pensamos.
- estás bem enganada, todas temos conceitos bem diferentes sobre estes assuntos. Ora nestas coisas das psicologias precisamos sempre de definir, para se passar a falar em termos de padrão, e não do que cada um pensa, ou então nunca mais ninguém se entende.
Estão com paciência para ouvir umas quantas definições e eu vou tentar ser rápida?
- força! disse Matilde, estou cheia de curiosidade.
- Segundo o dicionário “paixão é a emoção sobreposta à razão”.
Inicialmente a paixão pode-nos confundir e fazer-nos pensar que estamos perante o verdadeiro amor. Ambos causam as mesmas sensações e descontrolam-nos. Segundo Freuf a paixão provoca uma dinâmica emocional chamada catexia, que acontece quando concentramos tanto as nossas emoções no outro, que perdemos o controlo sobre elas, ficando descontrolados.
Esta sensação de descontrolo é acompanhada, entre outras , por uma angustia de rejeição, que se revela no ciúme e na insegurança.
Mais uma vez Freud diz que “nunca nos vemos tão desprotegidos contra o sofrimento como quando amamos”
- mas a paixão pode não evoluir para o amor, acrescenta Mitó
- tal e qual, afirma Isabel.
Declarar o seu amor é sempre um factor de risco, por isso muitos amantes não o confessam esperando sempre que o parceiro os encoraje. Por isso, quando o confessam, esse momento passar a ser um marco importante no relacionamento começando a verdadeira intimidade e a gradual diminuição da angústia de rejeição.
O amor bem sucedido faz com que recuperemos o controlo emocional, faz com que sosseguemos, e consigamos continuar a nossa vida, o que é difícil quando estamos loucamente apaixonados. O amor é um relacionamento de equilíbrios, ambos se asseguram do amor do outro. Nenhum dos dois se sente sufocado ou enganado emocionalmente, nem se subestimam, sendo a sua intimidade gratificante e saudável.
O amor é mais dócil e profundo, fundindo as duas pessoas numa parceria emocional íntima, nutritiva, confortável, e muitas vezes excitante. Sente-se muitas vezes que se procuraram toda a vida e que finalmente se encontraram.
Muitas vezes estes equilíbrios são destabilizados pelo intenso desejo do prazer e o medo de rejeição.

NOTA: Este texto foi editado a 28 de Janeiro de 2008 no Claras em Castelo.
Estou a adaptar estes posts editados no Claras em Castelo, porque acho que continuam na ordem do dia, e neste blog há muitos visitantes diferentes.
O exemplo dado nestes posts é diferente do dado no Claras em castelo, mas ambos são reais.


4 de maio de 2009

FELIZES PARA SEMPRE?








As folhas, em contra-luz naquele fim de tarde, pareciam rendas pretas, completamente desenhadas, era assim que lhe parecia que a via agora
Iam vinte anos desde que começara a namorar, aos 15, tão crente que aquele amor duraria toda a vida, no entanto ali estava ela com aquela angústia dentro, com aquele medo de não ser rainha do mundo, olhando para trás e esquecendo quanto fora amada e amara, sentindo aquele vazio que dava por volta dessa idade, agora a várias mulheres, no fundo, ainda agarrada aos sonhos de infância, querendo que a paixão fosse um crescendo, não aceitando o seu desaparecimento, achando tão pouco o amor e a rotina do dia-a-dia.
Dissera-lhe que o pior era não lhe poder falar, mas era o que agora lhe fazia, sabendo tão bem que esperava o seu telefonema, diariamente, olhando o relógio, não sabendo se de manhã ou de tarde, talvez à noite...
Mulheres que vingam profissionalmente mas que ainda esperam pelo seu príncipe, embora nunca, mas nunca o confessem...riem até desdenhosas se por descuido alguém lhes fala em mitos...têm necessidade de paixão, precisam de juras eternas, não se contentando com menos, julgam elas, sem se darem conta que, tantas vezes, perdem o que de melhor tiveram
Sabe que há melhor, sabe que já teve melhor, não sabendo fazê-lo renascer, procura-o fora, sem medir, obstinadamente, pensando só que tem esse direito e tem.
Continua a olhá-la em contra luz, pensando na mudança profunda que vai acontecer dentro do grupo deles que vão, alguns, de certeza, fazer escolhas entre eles, tomar partido e, por acréscimo dentro do seu grupo de pais e avós, todos amigos, que vão ter de se habituar a conviver com as crianças sem pai ou sem mãe, com mais um namorado e uma namorada, o grupo deles também partido, quase perdido…..
Lembra-se como se sentiu quando se separou...nunca pensou no grupo nem nos outros....Parece fácil não é? Só quando somos nós a tomar as decisões, quando são os outros...
Trinta e cinco anos, nem sequer metade da esperança de vida, mas aquela angústia de ser só aquilo a vida, os filhos já quase adolescentes, casa emprego, emprego casa, embora com bom nível de vida, mas aquela angústia de pouco traço se deixar, ainda a vontade de mudar o mundo, de deixar ficar rasto histórico..um filme, uma grande história de amor, não ser só, porque parece tão pouco, foram felizes para sempre Sonhámos todas, penso, no ser feliz para sempre, mas com glamour, seja lá isso o que for, mas na tranquilidade do dia-a-dia é difícil o ser feliz para sempre ser reconhecido.
Uma pena!!!




1 de maio de 2009

ACABOU O MUNDO PERFEITO!!!








Soube hoje pelo LUIS MAIA que a ISABELA acabou com o seu MUNDO PERFEITO.
A sua razão é esta;

«Decidi assim porque não quero que haja aqui equívocos, os quais nunca alimentei; as coisas são simples: quem manda aqui sou eu, sempre foi assim; os textos que aqui publiquei pertencem-me inteiramente do ponto de vista legal e não tolero que sejam usados para fins que considero moralmente questionáveis. Sou eu que decido o que fazer com eles.»

Acabou da maneira mais drástica que o podia fazer, esvaziou o Mundo Perfeito, só ficou o seu último post, nem um mais de todos aqueles com que me deliciei, durante mais de dois anos em que o segui. Algumas vezes, felizmente, não estive de acordo com a Isabela, algumas vezes discuti com a Isabela, duas vezes para ser mais precisa e ainda no Claras em Castelo.
Li também e deixo o link, porque nunca conseguirei escrever melhor sobre o que se passou do que a HIPATIA e só respondo ao comentário que ali deixou a Isabela.
Não há indiferença, pelo menos do meu lado, Isabela.
O que fizeram com o seu texto foi uma infâmia e li esse post, aliás li sempre todos os seus posts, mesmo que com vários dias de atraso.
Não comentei Isabela, e peço hoje e só hoje desculpa por isso, estou envergonhada por o não ter feito. Estava de acordo com a sua indignação e não achei necessário dizê-lo. Foi um erro tremendo.
Numa acção destas, em que um blog, pega num texto de um autor, lhe dá o crédito da autoria, mas o açambarca, o descontextualiza completamente, apodera-se dele, para o usar no sentido contrário com que foi escrito, um texto íntimo escrito contra o racismo que foi usado para provar como deveria ser o mundo, por um blog de extrema direita, nunca seria demais ter chamado os bois pelo nome.
Deveria ter gritado a infâmia. Alto, bem alto!
Acho que nunca me arrependi tanto de uma não acção cometida
As minhas desculpas por o não ter feito, Isabela
E agora já não há MUNDO PERFEITO


30 de abril de 2009

O FUTURO DA INTERNET





RECEBIDO POR MAIL


VOTAÇAO NO PARLAMENTO EUROPEU NO DIA 5 DE MAIO DE 2009

Não deixe que o parlamento europeu lhe feche a internet... não haverá volta atrás!
Aja agora!
O acesso à internet não é condicional
Todos os que têm um site, blog bem como todos aqueles que usam o Google ou o Skype, todos aqueles que gostam de expressar as suas opiniões livremente, investigarem do modo que entendem seja para questões pessoais, profissionais ou académicas, todos os que fazem compras online, fazem amigos online, ouvem música ou vêm videos...
Milhões de europeus dependem da internet quer seja directa ou indirectamente no seu estilo de vida. Tirá-la, limitá-la, restringi-la ou condicioná-la, terá um impacto directo naquilo que fazemos. E se um pequeno negócio depender da internet para sobreviver, torná-la inacessível num período de crise como o que vivemos não pode ser bom.
Pois a internet que conhecemos está em vias de extinção através das novas regras que a União Europeia quer propôr no final de Abril. Segundo estas leis, os provedores de serviço, ou seja as empresas que nos fornecem a internet, PT, Zon, Clix entre muitas outras, vão poder legalmente limitar o número de websites que visitamos, além de nos poderem limitar o uso ou subscrição de quaisquer serviços que queiramos de algum site.
As pessoas passarão a ter uma espécie pacotes de internet parecidos com os da actual televisão. Será publicitada com muitos "novos serviços" mas estes serão exclusivamente controlados pelo fornecedor de internet, e com opções de acesso a sites altamente restringidas.
Isto significa que a internet sera empacotada e a sua capacidade de aceder e colocar conteúdo será severamente restringida. Criará pacotes de acessibilidade na internet, que não se adequam ao uso actual que damos à internet hoje.
A razão é simples...
Hoje a internet permite trocas entre pessoas que não são controladas ou promovidas pelo intermediário (o estado ou uma grande empresa), e esta situação melhora de facto a vida das pessoas mas força as grandes corporações a perderem poder, controle e lucros. E é por isso que estas empresas forçam os políticos "amigos" a agirem perante esta situação.
A desculpa é a pirataria de filmes e música, mas as verdadeiras vítimas seremos todos nós, a democracia e a independência cultural e informativa do cidadão.
Recentemente, vieram com a ideia que a pirataria de vídeos e música promove o terrorismo (http://diario.iol.pt/tecnologia/mapinet-internet-pirataria-terrorismo-crime-tvi24/1058509-4069.html ) para que seja impensável ao cidadão comum não estar de acordo com as novas regras...
Pense no modo como usa a internet! Que significaria caso a sua liberdade de escolha lhe fosse retirada?
Hoje em dia, a internet é sobre a vida e liberdade. É sobre fazer compras online, reservar bilhetes de cinema, férias, aprendermos coisas novas, procurar emprego, acedermos ao nosso banco e fazermos comércio.
Mas é também sobre coisas divertidas como namorar, conversar, convidar amigos, ouvir música, ver humor, ou mesmo ter uma segunda vida.
Ela ajuda-nos a expressarmo-nos, inovarmos, colaborarmos, partilharmos, ajuda-nos a ter novas ideias e a prosperar... tudo sem a ajuda de intermediários.
Mas com estas novas regras, os fornecedores de internet escolherão onde faremos tudo isso, se é que nos deixarão fazer.
Caso os sites que visitamos, ou que nós criámos não estejam incluídos nesses pacotes oferecidos por estas empresas, ninguém os poderá encontrar.
Se somos donos de um site ou de um blog e não formos ricos ou tivermos amigos poderosos, teremos de fechar.
Só os grandes prevalecerão, com a desculpa de que os pequenos não geram tráfego suficiente para justificar serem incluídos no pacote.
Continuaremos a ter a Amazon, a Fnac ou o site das finanças, mas poucos mais.
Os telefonemas gratuitos pela internet decerto que acabarão ( como já se passa nalguns países da Europa) e os pequenos negócios e grupos de discussão desaparecerão, sobretudo aqueles que mais interessam, os que podem e querem partilhar a sua sabedoria gratuitamente com o mundo.
Se nada fizermos perderemos quase de certeza a nossa liberdade e uso livre da internet.
A proposta no Parlamento Europeu arrisca o nosso futuro porque está prestes a tornar-se lei, uma lei quase impossível de reverter.
Muitas pessoas, incluíndo deputados do Parlamento Europeu que a vão votar positivamente, não fazem a menor ideia do que isto pode querer dizer, nem se apercebem das implicações brutais que estas regras terão na economia, sociedade e liberdade. Estas medidas vêm embrulhadas numa coisa chamada "Pacote das Telecom´s" disfarçando estas leis de algo que apenas é relativo à indústria das telecomunicações.
Mas na verdade, tudo não passa de regras sobre o uso futuro da internet. A liberdade está a ser riscada do mapa.
Nestas leis propostas, estão incluídas regras que obrigam as Telecoms a informaram os cidadãos das condições em que o acesso à internet é fornecido. Parece ser uma coisa boa, em nome da transparência, mas não passa de uma diversão para poderem afirmar que podem limitar o nosso acesso à liberdade na internet, apenas terão é que informar-nos disso.
O futuro da internet está em jogo e precisamos de agir já para o salvar.
Diga ao Parlamento Europeu que não quer que estas alterações sejam votadas.
Lembre-os que as eleições europeias são em Junho e que a internet ainda nos dá alguma liberdade para que possamos observar e julgar os seus actos no Parlamento.
Saiba que não está sozinho(a) nesta luta... Enquanto lê isto, centenas e centenas de outras organizações estão a trabalhar para que esta mensagem chegue a quem de direito. Milhares de pessoas estão também a contactar os seus deputados neste sentido. Ajude-se a si mesmo, colabore e faça o que pode por esta causa...
A internet é tão sua como deles...
Divulgue esta mensagem o mais que possa...
Pode também escrever aos seus deputados...
Estes são os nossos deputados no Parlamento Europeu:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Deputados_de_Portugal_no_Parlamento_Europeu_(2004-2009)
ou
http://www.europarl.europa.eu/members/expert/groupAndCountry/search.do;jsessionid=69ADF04943C000194117E9C7032EEC31.node1?country=PT&language=PT

Para mais informações sobre a lei:
http://www.laquadrature.net/en/telecoms-package-towards-a-bad-compromise-on-net-discrimination
http://www.laquadrature.net/wiki/Telecoms_Package
http://en.wikipedia.org/wiki/Telecoms_Package
http://www.blackouteurope.eu/

27 de abril de 2009

PROFECIA...









Acredito profundamente nas leis do Universo
- A lei de CAUSA/EFEITO
o bater das asas de uma borboleta no ocidente causa um tufão no oriente
- A lei do RETORNO
tudo o que desejares a um outro a ti volta a dobrar
- A lei do LIVRE-ARBÍTRIO
és livre para decidires e escolheres o que quiseres

por isso não acredito em profecias. Acreditar em profecias, para mim, é acreditar que não temos livre-arbítrio
Acredito que houve pessoas avançadas e, ou inspiradas que avisaram a Humanidade que se continuassem num certo caminho, numa certa vibração poderiam vir a acontecer mil e uma catástrofes.
Acredito que somos energia e por isso vibração. Acredito que podemos modificar-nos, cada um de nós e com isso modificar a Humanidade que por sua vez pode modificar o planeta
Acredito que alguns e não sei quantificar estes alguns, tenham conseguido mudar o ciclo de catástrofes, pela lei de causa/efeito
Quem não se lembra de tudo o que estava predito para o ano 2000, quase todas as previsões baseadas em Nostradamus? Não aconteceu nada!
‘Filosofando’ poderei dizer que o desaparecimento da ameaça da terceira guerra mundial, com a queda da URSS, poderá ter influenciado a vibração do planeta e por isso nada ter acontecido. Haverá outras causas e outras explicações mais terra-a-terra, como é evidente
Agora tudo volta ao mesmo. As profecias baseadas mais uma vez em Nostradamus e também no calendário Maia que aponta o ano de 2012, mais concretamente 23 de Dezembro de 2012, para uma colisão da terra com um asteroide, acabando assim o calendário Maia, ou para uma inversão dos pólos terrestres por abrandamento e paragem do campo magnético terrestre.
Para mim é impensável a colisão com um asteroide, mesmo se, eventualmente, se conseguisse que ficasse no segredo dos deuses uma imensa intensificação de união de esforços entre todas as super potências, para se tentar um desvio do dito asteroide, nunca se conseguiria que a imensa comunidade de astrónomos amadores não tivesse ainda falado de um asteroide a três anos de distância.
O abrandamento do campo magnético terrestre está a acontecer, está na ordem do dia. Que a sua paragem seja já daqui a dois anos e meio, não tem sentido para mim.
Mais uma vez penso que temos livre-arbítrio para ficar com medo ou para não acreditar e pelo simples facto de recusar o medo poder modificar tudo o que nos envolve.
Definitivamente, não acredito em profecias




22 de abril de 2009

TRANQUILIDADE




Jiuna


Cedo olhou para fora, esperando o que não encontrara dentro de portas, esperando que alguém lhe trouxesse o que sabia existia, esperando romanticamente por alguém
Quase, mais cedo do que cedo a esperança falhou.
Muito cedo, não a tempo de salvar a esperança, apareceu a primeira pessoa e outras se seguiram. Fora uma sorte ter acabado tão cedo, a esperança de se ver refletida nos outros, fora uma sorte
Olhava pela janela o dia de sol, lembrando-se das lágrimas que a falta de esperança tantas vezes lhe provocara, sem saber bem se a tonalidade brilhante do sol aquoso seria conferida pela neblina do meio da tarde ou se pelas lágrimas de comoção que lhe enevoavam os olhos ao sentir o mar de tranquilidade onde vogava, vórtice que a puxava para o interior.
Espriguiçando-se deixou-se ir nesse remoínho de bem estar



20 de abril de 2009

CONCEITOS....mais uma vez




Karen Cooper




Este post foi feito a semana passada pelo MIKE.
Já muitas vezes tratado no Claras em Castelo, aqui penso que é a primeira vez que falo dos meus conceitos. Foram os comentários que li nesse excelente post que me fizeram pensar neles, mais uma vez
Sou capaz de não ter razão mas sempre que me falam ou que leio a palavra amizade junta com amor, paixão e casamento ou união, fico arrepiada.
Se me perguntarem se sou amiga do meu marido eu respondo que não, por muito zangado que ele fique....eu também fico quando ele me diz que é meu amigo, raras vezes, felizmente.
Não, o que tem de existir é paixão, amor e rir, rir muito porque o riso é que faz a cumplicidade.
Claro que me vão dizer que a paixão desaparece com o tempo e eu respondo-vos que isso não é verdade.
Acho mesmo que isso é a maior mentira que se diz por aí. A paixão arrefece mas reaparece e cada vez que volta é mais forte e dura mais tempo. E sim, estou a falar das pernas bambas quando o vejo, da vontade de o despir quando me beija, estou a falar de paixão, só que a paixão quando reaparece já não é sobre o que gostaríamos que ele fosse, mas sim sobre o conhecido e por isso ser mais duradoura.
Outra palavra que me deixa perplexa é ‘respeito’, porque nunca percebo bem de que respeito estão a falar.
Eu só tenho de ter respeito por mim, e um respeito tão profundo pelo meu eu, que obrigatoriamente respeito o outro. Por outras palavras, tenho é que gostar de mim se quero gostar de alguém e, isto nunca poderá ser entendido como teoria. Isto é a prática! Isto é o dia-a-dia.
Claro que estou a falar do meu ponto de vista, mas para falar verdade é só esse que me interessa.
Por isso
tenho, em primeiríssimo lugar e sempre, de gostar de mim, de me respeitar profundamente, de não ceder em nada que atinja o meu eu e só assim conseguirei amar e respeitar outro e ceder perante o seu eu. Sempre que estes termos forem invertidos nunca nada resultará.
Pode ser controverso, mas para que duas pessoas se mantenham unidas é necessário que as duas sejam ‘egoístas’, assim escrito entre aspas, porque para explicar este meu conceito de egoísta era necessário um outro post.
Termos cuidado com o nosso aspecto, um e outro, tem a ver com o gostarmos de nós, já está englobado numa das premissas lá de cima.
Stress e filhos nada têm a ver com arranjarmo-nos. Há dias em que qualquer um acha que está com cara de cu, nem apetece olhar para o espelho, mas isso é um ou outro dia, não é permanentemente.
Cuidado, porque os homens com a mania dos macho-latinos acham que não têm de ter cuidado com eles e nós também não gostamos de casar com um esbelto que passa a ser barrigudo.
Também não percebo o que querem dizer com ‘crescer juntos’. Nós dois cá por casa, temos interesses bem diferentes, basta termos tido profissões diferentes, amigos de infância diferentes, leituras diferentes, músicas diferentes, opções políticas diferentes e por aí fora, mas soubemos arranjar amigos comuns, conseguimos ouvir as músicas que o outro prefere e somos civilizados na troca de opiniões, nome simpático para as nossas discussões políticas.
Não há fórmulas para uma união duradoura porque têm de ser a dois, mas penso que há conceitos inultrapassáveis e por isso mesmo tanto pode dar para o bem como para o mal. O que é importante, para mim foi, é ter a coragem de romper bem cedo, não deixar arrastar uma relação que não vai dar a lado nenhum.
Quando me dizem que os jovens de agora são egoístas, também fico sem perceber o que querem dizzer....Que eles não devem ser felizes? Que têm de ceder permanentemente, sem tom nem som? Que se separarem 15 ou 20 anos depois já não são egoístas? É uma questão de mais ou menos tempo?
Por gostar de mim e me respeitar separei-me ao fim de quatro anos e pela mesma razão tenho uma união feliz há 34 anos. Confuso? Para mim não



15 de abril de 2009

EU, NO BLOG DOS OUTROS





A FAMÍLIA DELICADEZA

Foi quando os ouvi no meu jardim

Hoop! Hoop! Hoop! Fazia Dom Poupa Delicado, chamando Dona Poupa Delicadeza, já tendo preparado a refeição dos dois, bicando por todo o lado em diferentes direcções, procurando minhocas que ele bem sabia ser o prato preferido dela.
Repetiu o seu chamamento, hoop! Hoop! Hoop! Como tardava Dona Poupa Delicadeza, pensava impaciente Dom Poupa Delicado, que ensaiou um voo mostrando as suas belas asas todas riscadas de preto e branco, tal como o topo da poupa.................

O resto do texto e umas espectaculares fotografias no blog ESTÓRIAS DE BICHAROCOS E BICHARADA



14 de abril de 2009

SOBRE O VIDEO EM BAIXO





Tenho de agradecer ao VICENTE, o mail enviado hoje, penso, nem reparei na data.
Passei por desfastio no mail associado a este blog, serm sequer pensar em postar.
O video, cujo link está em baixo, não o deixam postar, pertence ao mail enviado pelo Vicente e fez-me escrever.
Obrigado Vicente

As oportunidades continuam a não ser para todos, as aparências continuam a dominar obrigando-nos a julgar, esquecendo-nos de dar uma oportunidade para vermos o ser.
Os códigos e toda a sua parafernália de 'teres' fazem com que não liguemos às pessoas.
A mim continua-me a irritar.
Uma Mulher de 47 anos, que se mostra com uma dose de dignidade invejável, alegre, sabendo o que vale, brincalhona, dos confins de uma aldeia escocesa apresenta-se em palco.
Todos fazem troça, todos riem, porque todos se ficam pelas aparências
Se isto é no Reino Unido, como será por cá? principalmente naquela idade
Quantas oportunidades não foram nunca dadas?

NÃO PERCAM


8 de abril de 2009

BOA PÁSCOA






ESTE DEDICADO AO PIRATA-VERMELHO, DE QUEM TENHO SAUDADES





ESTE OUTRO, PORQUE É DOS QUE MAIS GOSTO





6 de abril de 2009

STAND BY ME, STAND BY YOU




Anthony Ross





A grande maravilha de viver é termos de viver com outros.
Um dos grandes milagres da vida é conhecer-te a ti, no momento certo, mais improvável do que acertar no euromilhões.
Mas não ligamos muito, achamos normal. Improvável mesmo é o euromilhões não tu.
Termos nascido naquele ano, naquele dia, que nos iria levar, depois de tantas opções de tanta gente, a estarmos naquele lugar, escola, rua, fim da missa, praia, campo, café ou bar, àquela hora daquele dia para te encontrar, pequeno empurrão da vida, naquele momento mais do que perfeito que fez que reparasse em ti
Amigos? Amores?
Tristemente também desistências, de ti, daquela, e do outro que ficou mais para trás, bocados de vidas que não conseguimos agregar como se fosse demasiado peso, demasiada alegria ou demasiada tristeza, sei lá
mas que ficaram no rasto das nossas vidas, convencidos que ficámos de não valerem a pena, ou pior, sem sequer termos tido consciência que andávamos em diferentes direcções.
desistimos porque não valorizámos o encontro? ou
desistimos porque o encontro foi valorizado em demasia?
desistimos dos outros porquê, afinal?
Please, stand by me,
When the night has come
And the land is dark
And the moon is the only light we see
I stand by you
Please, stand by me




2 de abril de 2009

Solidão




foto de LUISA VALE




Ia arejar, pensara ele e levantara-se cedo a meio da insónia que não valia a pena prolongar.
Dera por ele, quando se sentara na areia meia molhada, nem repara, para tirar os sapatos e metodicamente dar um nó nos atacadores de maneira a podê-los pôr no ombro, como sempre fazia, algumas já para embirrar pois sabia que ela não gostava. Sorriu
Embrenhado em pensamentos, problemas ou lá o que fosse, nem reparava que pontapeava a água. Sorte de não haver nem um seixo à vista no areal molhado que o mar acabava de ceder, por umas poucas de horas.
Era-lhe difícil não tomar decisões, não conseguia deixar fluir como ela lhe dizia tantas vezes. Tinha de decidir, às vezes apressadamente mas a indecisão era-lhe difícil de aguentar.
Ali estava quase sentindo-se mártir, sozinho, enquanto a neblina matinal começava a escoar para o horizonte quando deu pela companhia de uma gaivota ali isolada. Afinal tinha estado sempre acompanhado enquanto por ali andara e nem tinha reparado. Não tinha estado sozinho nem por um instante, nem a tinha visto….
Alguma vez se está só?




HÁ POST NO OUTRO CLARAS (e afinal não torno a dizer, não tem sentido)

31 de março de 2009

RECOMEÇO




Reabri o CLARAS EM CASTELO
Tinha saudades e estou contente por o ter feito
Sempre que lá fizer um post avisarei, é o caso hoje, visto não pensar em ter nenhum tipo de obrigatoriedade ou de assiduidade.
Tinha só saudades e gosto dele, além de continuar a ter uma quantidade de visitas que me impressiona, visto estar fechado desde 30 de Junho


29 de março de 2009

LIGAÇÕES





Este meu texto não foi editado, ainda, no 12º jogo das palavras, por um qualquer engano, espero eu






O vento revolvia-lhe o cabelo enquanto fitava o mar, olhos no infinito e sentindo ondas de AMOR que se alargavam tudo envolvendo, a FLAUTA tocando em ODE ao mundo
Arrancou-se com dificuldade ao momento, ela a BENJAMIM da família, que sentia como MALDIÇÃO, própria, cada vez que falhava e tantas vezes acontecia
Com VITUALHAS cósmicas, a CORAGEM e a VERDADE eram os fios que se entrelaçavam com o Amor e a Luz, respondendo assim ao pedido de TECER uma manta, manta da Vida, feita na SIMPLICIDADE da PARTILHA com todos.
BEIJA-FLOR era seu nome

25 de março de 2009

O MOMENTO ESCOLHIDO



VAN GOGH




Estava deitada no chão sentindo o calor da terra acolhedora, que o sol aquecera.
Tirou a t shirt, oferendo o corpo aos raios solares, já moreno de si, quando a brisa passageira a refrescou e veio-lhe à mente uma frase de um poema de Fernando Pessoa
«…não quero nada do acaso, senão a brisa na face…»
Acaso, acaso, pensativa repetia, acaso é o pão nosso de cada dia, embora se diga que colhemos o que semeamos…..o acaso espreita a cada momento, infiltra-se
provavelmente o ‘colher’ estará na resposta dada ao acaso quando o acaso invade
Há os afortunados que conseguem não responder ao acaso, não era o seu caso, que nem se lembrava de contar até três como sempre lhe tinham ensinado
Sorriu feliz com o afago da brisa na face e pareceu-lhe que de acaso não tivera nada. Fora conscientemente que ali se tinha deitado no meio de tanto amarelo a perder de vista, com o céu azul por cima, o rio a correr ao seu lado, azul também, como seria evidente
Amarelo, sempre gostara de amarelo e de vermelho e do azul, mas amarelo era a sua cor, o sol e a lua
Não, não fora acaso a brisa na face, nem o amarelo nem o azul, nem o calor da terra nem o rio.
Riu feliz, por saber ter escolhido o momento



23 de março de 2009

MAR








Eu gostava de ser o mar e ter o azul do céu em mim, ou o verde do começo da tormenta
Gostava de me poder vestir de raios de sol, ser dourado, amarelo ou o rubro da paixão e das lágrimas de comoção.
Ser tempestuoso, raivoso, para me expor aos olhares de pintores e ser a baixa-mar onde as gaivotas vêm pousar olhando o seu reflexo nos resto de mim, que na praia se arrastam e onde crianças, fazendo poças de água, se refrescam
Ter ondas azuis com cristas brancas, enovelar-me perfeito para fazer parte da mente de surfistas empenhados e ter a força de levantar petroleiros como se de cascas de nozes se tratassem.
Ser prata com a luz do luar, ser diamante com a luz do sol, filtrada por nuvens carregadas de eletricidade
Ter peixes e golfinhos e baleias, ser cinzento plumbium com o reflexo das nuvens que trazem chuvas pesadas ou ser a promessa do fim da tempestade que um novo dia traz
Mas o que gostava mesmo era jogar às escondidas em dias que a luz dos faróis atravessa com esforço a névoa cerrada e se ouvem os apitos dos navios, ao longe, ao perto e mais além
fico aqui, à beira dele, parada, olhando, esperando me transformar em névoa, espuma ou sereia, tanto me faz.


22 de março de 2009

HELP!!!!




alguém sabe passar um powerpoint recebido por email, para um post?


21 de março de 2009

PORQUE GOSTEI









VOU DE FÉRIAS






Enquanto a minha ADSL estiver nos impossíveis 10 kps, já com muito boa vontade, vou de férias.
Não resisto e impaciento-me e não me apetece andar impaciente


18 de março de 2009

A MAGIA DA BRUMA




Foto de ADRIAN LAROQUE
Merece que cliquem para a aumentar



A Natureza é exuberante, o lago perfeito, não sei se é lago ou rio, o momento mágico e há sempre a luz, há sempre uma luz, como dizia Adrian no seu post

E fico a olhar embevecida a infinitude de planos, desfocados, espelhados, enevoados, com vontade de descobrir mais.
Fica-me a dúvida se será um amanhecer ou um entardecer, o que também não faz diferença nenhuma, pois gosto desta bruma que se adensa com a lonjura, propositadamente desfocada.
A luz, aquela luzinha que ilumina o pequeno ancoradouro, tanto o superior como o inferior e que de repente me transporta para a densa floresta onde caminha um anãozinho com uma lanterna na mão, de volta à sua pequena casa, onde encontrará uma menina boazinha e boa dona de casa, que demonstrava até à saciedade a incapacidade de submissão às normas.

....................
- e do príncipe?
- também não
- tens de gostar de alguém, tens de escolher um que aches que é o melhor
- ......

Não sei do que mais gosto, se do real ou do espelhado, se do exterior ou do interior, se do verdadeiro ou do aparente, há tanta aparência que não é verdadeira e tanta verdade que é aparência, que fico balançada sem saber o que escolher
Poder-se-ia inverter a fotografia? O que é aqui espelhado passaria a real? Mesmo que aparentemente? Não teríamos de aguçar o olhar para perceber a diferença?
Dúvidas. São só dúvidas, nada mais
Magicamente transformo-me na bruma, no lago ou rio, nas casas e árvores e sou a luz que abre a porta ao mundo espelhado, mergulhando nele.



17 de março de 2009

MAIS UMA VEZ NO PORTO





NÃO PERCAM PELO MENOS AS GRAVURAS DA CATARINA GARCIA. TEM VERDADEIRO TALENTO!

Ela diz que os outros trabalhos das outras artistas são bons e, penso que não se iria associar a quem não tivesse valor. Será, certamente, para não perder.


Project Room Almada
Rua do Almada, 254, sala 234500-032 Porto

– Press-Release –

Colectiva: Betânia Viana Pires, Catarina Garcia, Joana Souto Mateus, Margarida Monteiro, Mónica Santos.
Título: Olhares Pacientes
Exposição: Desenho, Fotografia e Gravura
Inauguração: 21.03 às 16H00
Data: 21.03.09 até 25.04.09
Horário: 5ª. Feira a Sábado, 14H00 às 20H00
Local: Project Room Almada

No dia 21 de Março o Project Room Almada, no Porto, inaugura a exposição colectiva Olhares Pacientes constituída por trabalhos de 5 artistas.
O grupo das finalistas de Pintura da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa propôs integrar-se no Ciclo de Exposições do Project Room Almada como uma colectiva, onde prevalece o Desenho, a Fotografia e Gravura.
Olhares Pacientes, reflecte trabalhos diferenciados, cujo elemento comum existente é a paciência com que cada artista desenvolveu o seu próprio projecto.Projectos distintamente definidos:

A Amadeo de Souza-Cardoso por Betânia Viana Pires.
Composições em Gravura e sobre papel por Catarina Garcia.
Izações: Marmorizações e Padronizações por Joana Souto.
Herbário de Testes à minha paciência por Margarida Monteiro.
Ceramic Piece por Mónica Santos


Para mais informações por favor queira contactar

André Silva 912588143
Joana Folhadela 916532502

LANÇAMENTO NO PORTO




clicar para aumentar



do novíssimo livro de Vicente Ferreira da Silva. Livro só com inéditos!
VICENTE FERREIRA DA SILVA tem dois blogs, já aqui falados:

DO INATINGÍVEL E OUTROS COSMOS
e
IN-FINITO AZUL



14 de março de 2009

13 de março de 2009

O TELEMÓVEL DA SAPHOU




Fotografia de SAPHOU



Será que são rochas? Rochas, mesmo rochas, neste espectacular pôr-do-sol?
Quem as vê todos os dias dirá, eventualmente, que sim

Do fundo dos tempos tem prevalecido a minha teimosia. Digam o que disserem, sei que haverá um tempo que será meu, sei que conseguirei desatolar-me desta areia que me prende, atola, e arrancar para mais uma viagem.
Milhões de pôr-do-sol, milhões de nascer dos dias, este sol que me acompanha e que há milhares de anos nem sabia que existia, agora afaga-me o costado que vai saindo das entranhas deste, que já foi um profundo mar e deixou uma pequena crista de mim à vista.
É com esforço insano que todos os dias tento arrancar-me do areal, nem que seja um milionésimo de milímetro, mas tenho conseguido mostrar o meu casco, ainda falta um lado quase completo, a parte mais difícil, a que ficou mais enterrada, quando afundei de estibordo.
Há pedaços de mim espalhados, a força do mar tem-me esventrado apesar do meu protesto.
Aproveito, mais uma vez, os últimos raios deste sol, promessa de dias vindouros, para lhe colher a energia suficiente para mais um arranque
Do fundo dos tempos, do fundo de mim, sei que a luta é minha
Sei, que haverá um tempo que será meu



11 de março de 2009

PALAVRAS QUE NÃO FAZEM FALTA




Ti Maria de Luis Oliveira



A MOFINA MENDES pediu para se começar uma lista de palavras que achamos não são necessárias. Aqui ficam algumas das minhas palavras.

Isto da idade dá para pensar logo no que tenho mais perto do caminho, se lá chegar

IDOSA – detesto a palavra idosa ou idoso. Costuma dizer-se que velhos são os trapos, mas para mim, a palavra velho dirigida a pessoas até pode ser carinhosa, o que já não acontece com idosa ou idoso, horrível, pirosa, politicamente correcta e se há alguma coisa que não gosto é do politicamente correcto
FALECER – outra abominável e que também não faz falta nenhuma. Eu irei morrer e que ninguém diga que faleci, ora favas! Morrerei ou morri! Mas será que já ninguém consegue ouvir os bois a serem chamados pelos nomes? Ainda aguento desfalecer embora prefira desmaiar.
DEFUNTO – mas que é isso de defunto? Jamais serei ou estarei defunta. Defunto lembra logo fantasmas e eu recuso-me a ser um fantasma agoirento. Serei uma morta e mais nada. Irra!!!
SEXAGENÁRIO – bah! Já sou! Mas a palavra lembra alguém bem velhinho que não aguenta com o peso dos anos e essa não é nada a minha imagem. Livra!


9 de março de 2009

UM PÔR-DO-SOL





Não sei de quem é e tenho imensos nestas condições, portanto....




Não foi este que vi, apesar de também me encher as medidas, mas hoje ao ver o mais belo pôr-do-sol deste inverno, só me lembrava do telemóvel da SAPHOU.
Um pôr-do-sol que promete já a primavera.
Embora desde sempre tenha preferido o outono, este ano estou desejosa da primavera, do sol, não muito quente. A falta de sol deixa-me sempre um frio na alma.

A gaiata, nos seus dez anos, estava feliz, no jardim da casa onde passavam o verão, em pleno Agosto, olhando os vermelhos daquele fim de tarde bem quente, onde nem um sopro de aragem passava, quando lhe gritaram de uma janela, pequena, cimo ovalado, que tinha morrido o tio Jorge, de quem tanto gostava.
Um baque, cara estupefacta, só se lembrou de gritar para a janela, O QUÊ? Repetiram.
Sozinha no jardim, as lágrimas correndo-lhe pela cara, tinha morrido um dos seus protectores, pôs-se a cantar
O seu canto era misturado, de descansa em paz, coitado que morreste sozinho, que a terra te seja leve, saberás alguma vez o que de ti gostava, Pai Nosso trata-o bem, coitada da Avó que lhe morreu o irmão que mais companhia lhe fazia, Pai Nosso mas porque o deixaste morrer, e agora como vão ser os domingos sem ti, tu sabes que gostava de ti, nunca to disse, mas tu sabes como gostava de estar sentada ao teu colo……
Da mesma janela veio um grito
- Ingrata! não gostas de ninguém! ele morreu e tu cantas?
Janela fechando-se com estrondo não deixando sequer que se defendesse
O canto continuou baixinho, comendo as lágrimas que continuavam a cair, agora com mais intensidade, por ter percebido que metade sua infância tinha acabado.
Deixaste-nos sozinhas, a avó e eu, deverias ter tido mais cuidado, sabendo como dependíamos de ti, estou a ser injusta, coitado de ti, meu Deus ajuda-o…a terra leve, não quero, não sou capaz de rezar…..
- Não te disse para não cantares?! veio o grito da mesma janela, fechada mais uma vez com o mesmo estrondo
Ao jantar, à volta da mesa, falava-se de quem herdaria o quê


6 de março de 2009

CARTA




óleo sobre tela de Irina




Queria-te mandar flores, mas eras capaz de não perceber, por isso preferi pô-las em mim e mandar-te a minha fotografia, para te não esqueceres que sou MULHER
Poderia dizer-te, parece que seria mais fácil... mas não é
Sou a que vive preocupada em te facilitar a vida e sou também a que olhas como se fosse minha obrigação fazê-lo
sou a tua criada, por não ser capaz de te virar as costas, parva que sou julgando que é por isso que me dás algum crédito e, a que se está habituada a que sejas tu a apaparicar-me
Sou aquel’ outra que se põe na tua frente e te pergunta se está bonita, porque tu já nem olhas, mas sou também a que se arranja para si e que não quer saber da tua opinião
e, sou a que olhas com amor, pensando na sorte que tiveste
Sou a que chora na cama vazia esperando que chegues, sabendo que estás com outra e, sou a que tenho a cama cheia quando tu não estás
A que está apaixonada por outra igual e sofre sem se conseguir afirmar, mas sou a outra que se mostra e tem orgulho no que se tornou e no que conseguiu vencer
Sou a que passa fome para alimentar os filhos, porque tu safado mostraste em tribunal o ordenado mínimo, apesar de teres iates e carros topo de gama, ah! mas sou também a que te esfola com agrado, com a juíza do meu lado
Sou a que está na valeta, estendendo-te a mão miserável e que tu nem um toste dás e, sou aquela que vive bem e que nem um cêntimo dá ao desgraçado que me pede
A que vive infeliz ao teu lado e a que vira mesa e luta por ti
Sou a que morre de fome no sul do planeta e, a que vive bem no norte
Sou a do interior e a da cidade, mas sou também a que na cidade é violada e, que no litoral é apreciada
Sou a sovada por amor, dizes, e a que se lhe tocares, nem que seja com um só dedo, participa de ti
Sou aquela que vive contigo feliz e amada e sou a que estou sozinha, não aguentando a solidão
Sou a mãe dos teus filhos e, aquela que os não tem
Sou a que é miseravelmente paga pelo seu trabalho ou não tem emprego, mas sou, também, a que está no topo da carreira (poucas, muito poucas)
Sou a que se deita contigo na cama, se enrodilha feliz no amor e, a que nada sente
Sou a Mãe do Mundo
Não esqueças, sou MULHER, hoje e sempre

4 de março de 2009

A FLOR - Para uma Amiga da blogosfera




Foi roubada há muito tempo não sei de onde




Ele tinha-lhe dado uma rosa
Ela tinha-a colocado no seu coração sorridente
Os muitos picos que tinha foram-se suavizando nesse derretimento que sentia, sempre que alguma coisa a entristecia e se lembrava que apesar de tudo, a rosa existia, bem guardada, ali mesmo no centro do seu peito
Alguém lha tinha dado, alguém achara que a merecia
Nesse dia chovia e, num gesto infantil, quis pô-la bem á vista de todos, qual prémio ganho em concurso que não tinha havido.
Pensou que talvez ficasse bem na lapela do seu velho grosso, tosco, casaco castanho.
Vendo-se ao espelho decidiu que atrás da orelha, junto com o seu cabelo escuro, longo, ficaria melhor
Os olhos brilhavam de orgulho, o sorriso aberto, nesse dia cinzento de chuva, a rosa vermelha, cor do seu amor, contrastando, era um grito de alegria.
Já na rua o vento, brincando com o seu cabelo, fez cair algumas madeixas sobre os olhos e ela nesse jeito tão feminino, num movimento rápido atirou o cabelo para trás.
A bela rosa vermelha desabrochada, sem picos, caiu nesse instante, ficando esquecida, no meio do chão, no meio da chuva
Adenda: O final espectacular é o do FUNES
O táxi que se aproximou a um sinal do cliente passou-lhe com a roda e esmagou-a.
Que importa? - pensou ela, ao ver as pétalas destroçadas que a corrente empurrava para a sarjeta - O meu amor é sem porquê. Como a Rosa.
E nessa noite amou-o ainda com mais força.

2 de março de 2009

SELVA INTERIOR








Sonhava com o TIGRE da Malásia, SOBERANO da selva, por aqueles lados, dia e noite, noite e dia, preenchia-me a obsessão. Resolvi então percorrer o caminho. DENTRO do NAVIO, em pleno OCEANO VENTO forte, as vagas alterosas, faziam que parecesse uma casca de noz, eu pequenina, com tamanha OSCILAÇÃO.
A BATIDA do mar no navio infernizava-me as datas, já para não falar da náusea companheira noite e do dia, dia e da noite.
Foi numa dessas SACUDIDELAS, depois de vários dias sobre a VASTEZA tempestuosa, caminho escolhido mas cruel, que olhei a SITUAÇÃO percebendo que o tigre estava dentro de mim e que a luta tinha chegado ao fim.
Finalmente pude entregar-me nos braços acolhedores de MORFEU.



28 de fevereiro de 2009

ESCOLHAS








O VICENTE tem dois blogs lindos e está a caminho de editar um livro.
Deixo-vos os links dos posts e o poema que deixou em comentário no post abaixo:
DO INATINGÍVEL
e
IN-FINITO AZUL




ESCOLHAS


todos os instantes futuros
serão passado.

ditames do fluir,
pois nada é cativo senão livre.

fundamentos da consciência?
o pensamento do coração

a redenção não é opção. é escolha!

como a luz,
a bondade,
o ser universal
e o aceitar do místico que nos faz no uno.

o tempo é maior do que o tempo humano


VICENTE FERREIRA DA SILVA

26 de fevereiro de 2009

RESPOSTA AO COMENTÁRIO DO FUNES



Foto de Leominster




O FUNES tem esse condão de me pôr a pensar, o que lhe agradeço do fundo do coração.

Porque será que não valorizamos a bondade, a generosidade?
Dou como exemplo figuras conhecidas, de todos
Madre Teresa, sempre me enervou, apesar de a considerar como das pessoas mais generosas do nosso tempo e, por isso a admirar.
Então o que se passará, para muitos de nós não gostarem de figuras como Madre Teresa ou Gandhi, mais um mas que me deixa incómoda, mas por quem também tenho admiração.
Porque serão os dois tão conhecidos, mas tão pouco falados?
Penso que sempre ligamos a bondade e a generosidade ao moralismo, esse sim, extremamente irritante.
Madre Teresa punha-me em causa. Com Gandhi acontece a mesma coisa.
Qualquer um deles põe a nu, a partir de agora refiro-me só a mim, o pouco generosa, o instalada que estou no meu conforto, o pouco disponível que estou, o pouco que luto.
Qualquer um pode ir para a Índia, e não precisa de desculpas de família ou de não ter dinheiro para o fazer, porque pode inclusive ir viver para a rua, ou arranjar abrigos, pedir ao ‘capital’ dinheiro para a sua obra, por exemplo, para os desalojados, ou para as crianças que passam fome.
Madre Teresa fazia caridade com o dinheiro dos outros, viajava de avião, etc, mas o que Madre Teresa deu foi a sua inteira disponibilidade, mesmo que se com o dinheiro de outros.
O que Madre Teresa deu foi a sua vida por um ideal: melhorar a vida de outros e conseguiu.
Eu sei que seria, que sou capaz de dar a minha vida na luta por um ideal, se esse ideal me obrigasse a lutar de armas na mão. Ideal heróico, luta heróica, mesmo que ideal comezinho.
Sei que não sou capaz de dar a vida, para viver na merda, embora se a sobrevivência me obrigar a viver nessa merda, o faça, mas, unicamente porque fui obrigada a isso, não por pura generosidade.
É isso que me enerva. É isso que me põe em cheque.
Foi moralista a Madre Teresa? Não sei se o foi, eu senti-o como tendo sido, por pura defesa.
Gandhi é o pacifista, na verdadeira acepção da palavra. Foi quem deu a outra face, não para perdoar, mas para não lutar de armas na mão.
Cá está, armas na mão é fácil, para mim.
Estar sentado no chão, em greve de advogados na África do Sul, como esteve ele e tantos, aguentando uma carga policial que lhes bateu como quis e onde entendeu, sem levantarem uma mão, ah! isso é difícil.
Fazer cair um império, vivendo em quase miséria, com greves de fome, que chegaram aos quarenta dias, e pacifismo completo e total, é demonstrar uma força de carácter invulgar.
Gandhi deu a sua inteira disponibilidade, deu a vida por um ideal: tornar independente o seu país, em pacifismo puro, mesmo cometendo o erro gigantesco de querer a Índia una com o que é agora o actual Paquistão.
Foi Gandhi, o pacifista, que levou a Índia á guerra, porque se tem aceitado a divisão da Índia e do Paquistão em vida, o mais certo era não ter existido guerra e ódios que ficaram para sempre.
É isso que me enerva. Gandhi põe em causa a minha força de carácter.
Foi moralista? Foi. Também me enerva.
Ser Amor, Paz e Luz é ser Harmonia é ser Sereno. Quem está perto de ser assim é moralista? A maior parte das vezes.
É isso que me enerva e enerva o FUNES.
Não há nada pior que o moralismo, pelo menos para mim.
O comentário do FUNES prende-se com uns quantos comentários que fiz num dos seus posts (não deixo link porque me envergonho deles), irritantemente, estupidamente moralistas.