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6 de maio de 2009

AS FASES DE UMA CRISE I





Karen Cooper





......... - Pois é Matilde, mas se os amigos se começarem todos a separar, vamos todos sentir algum desequilíbrio emocional
Todos julgam que os grupos são fortes, mas quando se começam a desintegrar, é o próprio grupo que fica mais frágil....só que agora já são os nossos filhos que se estão a separar...Um ano e tal depois cá estamos com outra separação, não é Matilde?
- outra....se tiver o mesmo fim que teve a da Joana e do Kiko, bem vai o mundo.
- Sei lá, muitas vezes penso que a Joana e o Kiko parecem bem, mas nunca tenho a certeza, diz a Rita
- isso é normal, respondeu a Isabel, ficamos sempre à espera de uma próxima vez
- e desta vez Isabel , pergunta Rita, a Maria ou o Nuno já te pediram conselho? Estes como são mais novos já podiam ter recorrido a ti
-respondo-te a mesma coisa que te respondi o ano passado:
mesmo que algum deles tivesse ido ao meu escritório, podes crer que não teria dado nenhum conselho a não ser dar-lhes o nome de vários dos meus colegas, para eles decidirem quem os iria acompanhar.
Mas essas coisas já estão descritas, há muito tempo. Quem quiser saber alguma coisa é só ir ler.
E se as meninas querem uma aulinha como a do ano passado, vou já relembrá-las e mudarei os nomes e a situação que parecendo ser bem diferente até o não é assim tanto.
Ora vejamos:

- O que as meninas querem é uma aulinha de psicologia dos problemas matrimoniais, em vez de pegarem num livro e irem ler...resmungou com ironia sorridente Isabel.
Para isso é necessário definir o que é paixão e amor....
- isso todas sabemos o que é, interrompeu Rita a impaciente
- ....em termos profissionais. Ainda achas que sabes o que é Rita?
- parto do princípio que o mesmo que todas pensamos.
- estás bem enganada, todas temos conceitos bem diferentes sobre estes assuntos. Ora nestas coisas das psicologias precisamos sempre de definir, para se passar a falar em termos de padrão, e não do que cada um pensa, ou então nunca mais ninguém se entende.
Estão com paciência para ouvir umas quantas definições e eu vou tentar ser rápida?
- força! disse Matilde, estou cheia de curiosidade.
- Segundo o dicionário “paixão é a emoção sobreposta à razão”.
Inicialmente a paixão pode-nos confundir e fazer-nos pensar que estamos perante o verdadeiro amor. Ambos causam as mesmas sensações e descontrolam-nos. Segundo Freuf a paixão provoca uma dinâmica emocional chamada catexia, que acontece quando concentramos tanto as nossas emoções no outro, que perdemos o controlo sobre elas, ficando descontrolados.
Esta sensação de descontrolo é acompanhada, entre outras , por uma angustia de rejeição, que se revela no ciúme e na insegurança.
Mais uma vez Freud diz que “nunca nos vemos tão desprotegidos contra o sofrimento como quando amamos”
- mas a paixão pode não evoluir para o amor, acrescenta Mitó
- tal e qual, afirma Isabel.
Declarar o seu amor é sempre um factor de risco, por isso muitos amantes não o confessam esperando sempre que o parceiro os encoraje. Por isso, quando o confessam, esse momento passar a ser um marco importante no relacionamento começando a verdadeira intimidade e a gradual diminuição da angústia de rejeição.
O amor bem sucedido faz com que recuperemos o controlo emocional, faz com que sosseguemos, e consigamos continuar a nossa vida, o que é difícil quando estamos loucamente apaixonados. O amor é um relacionamento de equilíbrios, ambos se asseguram do amor do outro. Nenhum dos dois se sente sufocado ou enganado emocionalmente, nem se subestimam, sendo a sua intimidade gratificante e saudável.
O amor é mais dócil e profundo, fundindo as duas pessoas numa parceria emocional íntima, nutritiva, confortável, e muitas vezes excitante. Sente-se muitas vezes que se procuraram toda a vida e que finalmente se encontraram.
Muitas vezes estes equilíbrios são destabilizados pelo intenso desejo do prazer e o medo de rejeição.

NOTA: Este texto foi editado a 28 de Janeiro de 2008 no Claras em Castelo.
Estou a adaptar estes posts editados no Claras em Castelo, porque acho que continuam na ordem do dia, e neste blog há muitos visitantes diferentes.
O exemplo dado nestes posts é diferente do dado no Claras em castelo, mas ambos são reais.


8 comentários:

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

:-)
penso que fazes bem, é uma optima ideia fazeres o reaproveitamento dos textos! Seria uma pena eles ficarem estáticos.

beijinho, querida amiga!

claras manhãs disse...

Olá Júlia

sorriso
De momento só vou reeditar estes da fases de uma crise, pois acho que além de estarem na ordem do dia, estão correctos psicologicamente falando.
É bom que nos saiobamos identificar, sempre é uma manera de nos conhecermos melhor.

beijinho

Mike disse...

Caramba, parece que o amor é uma coisa complicada e a paixão uma coisa bem mais simples. (risos)
Depois atira-nos com todos esses equilíbrios e ficamos destabilizados. (mais risos)
Não ligue, quando não sei o que comentar perante um texto tão bom, ponho-me a desconversar. :D

Sara Fidiró disse...

Esta mensagem é muito bonita.
Parabéns.
Beijinho

Mateso disse...

Texto pertinente e bom. Porém creio que o Amor não será um vai que vem. Não é um dado adquirido, não é um estado, não é uma conjunção. Para mim, é sinónimo de vida e partilha, compreensão, aglutinação e tanto mais.Lições sobre como o conservar serão tão simplesmente lições de viver e estar.
Talvez seja demasiado "cota" ,talvez, mas creio que hoje se empola o que não se deve ,e extrapola o que se deveria. Daí a dictomia azeda que parece guarnecer a Gente.
Bj.

claras manhãs disse...

Olá Mike


sorriso
e se continuares a ler os próximos posts, profecio que ainda te hás-de rever
risos
Não tenhas dúvidas, a paixão é muito mais simples e passageira...

beijinho

claras manhãs disse...

Olá Sara


é o princípio da descrição de uma crise, em quatro fases, Acho que é importante que as pessoas possam identificar as fases das rises e assim não ter tantas atitudes desfasadas.

beijinho

claras manhãs disse...

Olá Mateso


Penso que sou bastante mais cota do que tu
risos
No fundo este texto é só uma abordagem para os seguintes. Não uma maneira de consevar o amor, mas sim de se identificar dentro de uma crise, pela qual já todos passámos e eventualmente bater-se melhor pela união.

beijinho