skip to main | skip to sidebar

11 de junho de 2015

Há pouco



alguém dizia com mágoa num blog, que ainda não tinha esquecido as marcas dele, seja lá isso o que for.
Ainda sinto o calor quando os nossos olhares se cruzavam, a tua mão ferro em brasa deixava marcas na minha pele, a loucura que me provocavas, a água a escorrer que não me arrefecia, o sal das minhas lágrimas. Ainda sinto tudo isso é só puxar pela memória.
Não foste o único, nem o primeiro nem o último e não há nenhum que tenha esquecido, tudo quanto foi importante, tudo o que restou bom, mau ou quem dera, tudo o que fui, faz tudo parte de mim. Não quero esquecer

9 de junho de 2015

Foi numa noite



no Barreiro que percebi toda a dimensão de sermos ilhas. Todos nós percebemos que o somos ou pressentimos, mas há um toque e a ilha adoça e alarga um pouco mais, um sorriso faz-nos pensar que talvez a ilha seja grande, com o amor juramos que a ilha não existe que é mania nossa e de alguns outros
nessa noite no Barreiro a ilha existiu em toda a sua pujança, nunca mais poderia sequer pensar, com olhares, toques sorrisos ou amores o talvez, jamais. Estava ali, era palpável e inesquecível. Em pleno inverno, às sete e meia quando saí da clínica deveria ser noite cerrada. Não havia noite nem dia. Não havia nada. O cinzento amarelado envolvia-me tão completamente que fazia parte de mim.
Ouviam-se algumas pessoas a falar, de vez em quando alguns passos mas não se percebia onde e a rua ia ficando cada vez mais deserta.
ilha isolada, de contornos apertados, palpável, inesquecível
Tudo fechado, nem um telefone e a ilha começou a pensar noutros que não perceberiam a falta de notícias, o jantar por fazer, as crianças por tratar
ilha cada vez mais isolada, contornos apertados, palpável, angustia sem remédio
o frio a entranhar, o cabelo molhado, a fome desalmada, doze horas de trabalho, quatro horas encostada à porta fechada da clínica
Ilha, ilha isolada contornos apertados, ilha palpável, de angustia, inesquecível.

8 de junho de 2015

vou voltar



... ou continuar, mas diferente, tão diferente. Serão desabafos, verdadeiros, frontais, talvez até cruéis tal como sou