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12 de novembro de 2008

A FOTOGRAFIA QUE NÃO FOI TIRADA







Sou uma nódoa com fotografias, mesmo com máquina digital. Não tenho hipótese, nem paciência para os permanentes fiascos.
Tenho pena que os fotógrafos não se lembrem de vir fotografar o lado de cá, desta Serra, há fotografias tiradas aqui do vale e em dias de nevoeiro, mas à noite com nevoeiro, ainda não vi.
Da minha janela vejo a Serra de Sintra, toda, tendo à frente as traseiras do Palácio da Pena e do lado esquerdo o Castelo dos Mouros que se espraia pelas escarpas abaixo. Visto d’aqui o Palácio parece estar lado a lado com o Castelo
Estão muito bem iluminados.
Uma destas noites, ao princípio da noite, por volta das sete e meia, fiquei a olhar fascinada como tantas e tantas vezes me acontece.
O Castelo dos Mouros com as suas sinuosas muralhas, que se desviam ora ali, ora mais além, das fluorescências graníticas integrando-as no seu espaço, via-se com uma bela nitidez.
A colina onde está o Palácio, aí a dois palmos de distância do Castelo, perfeitamente visível até se chegar à base da Pena que não se via, toda encoberta por nuvens de nevoeiro luminosas, que na zona do Palácio parecia braseiro bem vivo, subindo bem alto, deixando-se logo cair para o lado direito, as pontas já mais escuras, menos luminosas. Parecia o cair da cabeleira, quando uma mulher lhe mete dentro as mãos, levantando o cabelo e rapidamente as retira, enquanto abana a cabeça, deixando-o cair de jeito um pouco selvagem.
Não estava nenhum vento, nem aragem aqui no vale, mas o nevoeiro estava em dança meticulosa, um passo para a frente, dois para a direita, abrindo ligeiramente, o suficiente para se vislumbrar uma Pena fantasmagórica, um para a esquerda, cerrando completamente, subindo ainda mais um pouco, dois para trás, prometendo que iria abrir e em vez disso, deixando-se cair pelo lombo da Serra que vai ter a Colares, dois para a direita, um para a frente, abrindo, mais uma vez, mas tão pouco que o palácio parece feito da neblina e com um sopro desaparecerá e lá volta o nevoeiro cerrado, sempre e só sobre a Pena, vermelhos, amarelos e cinzentos.
Foi só quando ouvi - quando é que se janta? - que voltei a este mundo e dei por ter ficado ali, maravilhada, mais de uma hora.
De manhã, depois de subir até ao alto da aldeia, é um outro deslumbro. O nevoeiro começa a retirar da Serra e sobem da base fumos que nos dão a ideia de mil chaminés fumando. Vale a pena parar o carro e deixar que me atrase um pouco, para a assistir a essa fumarada que sobe pela Serra em línguas finas, até se perder já quase no cimo.
Que pena eu tenho de não haver fotografias destes e doutros deslumbramentos meus.


Esta fotografia é um pequeníssimo exemplo das "chaminés"



13 comentários:

Metradomo disse...

Minha cara luz do alvorecer, não, eu não escrevo contra nada, nem ninguém. Como eu disse, seria o mesmo que um homem protestando contra a parede que ele próprio erigiu em sua estrada. E é, com efeito, contra este homem que escrevo. Já bem se nota que menti.

Eu só espero que as risadas para mim e não de mim. Confirmada a segunda alternativa, eu não poderia esperar outro resultado, nem outra justificativa para o riso.

Metradomo disse...

Minha cara luz do alvorecer, não, eu não escrevo contra nada, nem ninguém. Como eu disse, seria o mesmo que um homem protestando contra a parede que ele próprio erigiu em sua estrada. E é, com efeito, contra este homem que escrevo. Já bem se nota que menti.

Eu só espero que as risadas sejam para mim e não de mim. Confirmada a segunda alternativa, eu não poderia esperar outro resultado, nem outra justificativa para o riso.

claras manhãs disse...

Olá Horácio

Claro que as risadas são para ti.
O teu post merece risos em homenagem à argúcia

beijinho

Bartolomeu disse...

Um passo para a frente, dois para a direita... um para trás, dois para a esquerda... seria uma valsa a quatro tempos?
Não sei se gostas desta valsa a mil tempos:
http://www.youtube.com/watch?v=qCit1RP3uys
;)
Ah, a propósito, li ha algum tempo o livro "Sintra, Serra Sagrada" do autor Vitor Manuel Adrião. Neste livro o autor deambula pelos contornos do corpo da deusa, sem contudo lhe retirar o véu diáfano que a cobre.
É uma leitura interessante em alguns aspectos.

Fatyly disse...

Também não tenho jeito para fotografia e nem sequer tenho máquina.
O que descreves posso subscrever porque também por vezes páro para apreciar a beleza que envolve a tua/nossa serra de Sintra.

Beijos

claras manhãs disse...

Oh Bartolomeu


Brel? se gosto! e La Valse à Mille Temps, linda com o seu jogo de palavras entre Temps e Ans.
Obrigado.
Ainda não li esse livro sobre Sintra, mas estou sempre interessada sobre tudo o que diga respeito a esta Serra.

Beijinho

claras manhãs disse...

Olá Fatyly

à hora que costumas ir para a praia, também deves ver espectáculos impressionantes.

beijinho

Mateso disse...

Sintra é sempre o lugar da bruma...e
da ilusão. Linda, linda.
Bj.

Anónimo disse...

Há momentos mágicos deslumbrantes!
É dos sítios que encantam.
Saímos de Sintra com a vontade de voltar.
Beijo, Amiga

claras manhãs disse...

Olá Mateso

Pois é! e é sempre uma beleza

Beijinho

claras manhãs disse...

Olá Cris


e há recantos em que a magia é maior.

beijinho, Linda

**Viver a Alma** disse...

Viva!

Ando por aqui a desbravar e deparei-me com o palácio que vejo ao longe, mas que o visito de quando em vez...mais para andar pela serra e senti-la...tenho momentos sublimes lá.
Estou a uns 15km do centro e mais uns pouquinhos do alto - da Pena.
Mas avisto mais ou menos a 700m a linha do horizonte com um pôr do sol, como poucos que vi doutros lugares....talvez porque esta zona seja mágica, já que passaram por aqui os templários, e pelo que dizem, há portais bem perto.
Aguardemos então as novidades que o céu nos reserva.
Estude! e Ouça-se sobretudo, no silêncio de si.

Abraços de sempre
M.

Anónimo disse...

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