Sou uma nódoa com fotografias, mesmo com máquina digital. Não tenho hipótese, nem paciência para os permanentes fiascos.
Tenho pena que os fotógrafos não se lembrem de vir fotografar o lado de cá, desta Serra, há fotografias tiradas aqui do vale e em dias de nevoeiro, mas à noite com nevoeiro, ainda não vi.
Da minha janela vejo a Serra de Sintra, toda, tendo à frente as traseiras do Palácio da Pena e do lado esquerdo o Castelo dos Mouros que se espraia pelas escarpas abaixo. Visto d’aqui o Palácio parece estar lado a lado com o Castelo
Estão muito bem iluminados.
Uma destas noites, ao princípio da noite, por volta das sete e meia, fiquei a olhar fascinada como tantas e tantas vezes me acontece.
O Castelo dos Mouros com as suas sinuosas muralhas, que se desviam ora ali, ora mais além, das fluorescências graníticas integrando-as no seu espaço, via-se com uma bela nitidez.
A colina onde está o Palácio, aí a dois palmos de distância do Castelo, perfeitamente visível até se chegar à base da Pena que não se via, toda encoberta por nuvens de nevoeiro luminosas, que na zona do Palácio parecia braseiro bem vivo, subindo bem alto, deixando-se logo cair para o lado direito, as pontas já mais escuras, menos luminosas. Parecia o cair da cabeleira, quando uma mulher lhe mete dentro as mãos, levantando o cabelo e rapidamente as retira, enquanto abana a cabeça, deixando-o cair de jeito um pouco selvagem.
Não estava nenhum vento, nem aragem aqui no vale, mas o nevoeiro estava em dança meticulosa, um passo para a frente, dois para a direita, abrindo ligeiramente, o suficiente para se vislumbrar uma Pena fantasmagórica, um para a esquerda, cerrando completamente, subindo ainda mais um pouco, dois para trás, prometendo que iria abrir e em vez disso, deixando-se cair pelo lombo da Serra que vai ter a Colares, dois para a direita, um para a frente, abrindo, mais uma vez, mas tão pouco que o palácio parece feito da neblina e com um sopro desaparecerá e lá volta o nevoeiro cerrado, sempre e só sobre a Pena, vermelhos, amarelos e cinzentos.
Foi só quando ouvi - quando é que se janta? - que voltei a este mundo e dei por ter ficado ali, maravilhada, mais de uma hora.
De manhã, depois de subir até ao alto da aldeia, é um outro deslumbro. O nevoeiro começa a retirar da Serra e sobem da base fumos que nos dão a ideia de mil chaminés fumando. Vale a pena parar o carro e deixar que me atrase um pouco, para a assistir a essa fumarada que sobe pela Serra em línguas finas, até se perder já quase no cimo.
Que pena eu tenho de não haver fotografias destes e doutros deslumbramentos meus.
Esta fotografia é um pequeníssimo exemplo das "chaminés"
13 comentários:
Minha cara luz do alvorecer, não, eu não escrevo contra nada, nem ninguém. Como eu disse, seria o mesmo que um homem protestando contra a parede que ele próprio erigiu em sua estrada. E é, com efeito, contra este homem que escrevo. Já bem se nota que menti.
Eu só espero que as risadas para mim e não de mim. Confirmada a segunda alternativa, eu não poderia esperar outro resultado, nem outra justificativa para o riso.
Minha cara luz do alvorecer, não, eu não escrevo contra nada, nem ninguém. Como eu disse, seria o mesmo que um homem protestando contra a parede que ele próprio erigiu em sua estrada. E é, com efeito, contra este homem que escrevo. Já bem se nota que menti.
Eu só espero que as risadas sejam para mim e não de mim. Confirmada a segunda alternativa, eu não poderia esperar outro resultado, nem outra justificativa para o riso.
Olá Horácio
Claro que as risadas são para ti.
O teu post merece risos em homenagem à argúcia
beijinho
Um passo para a frente, dois para a direita... um para trás, dois para a esquerda... seria uma valsa a quatro tempos?
Não sei se gostas desta valsa a mil tempos:
http://www.youtube.com/watch?v=qCit1RP3uys
;)
Ah, a propósito, li ha algum tempo o livro "Sintra, Serra Sagrada" do autor Vitor Manuel Adrião. Neste livro o autor deambula pelos contornos do corpo da deusa, sem contudo lhe retirar o véu diáfano que a cobre.
É uma leitura interessante em alguns aspectos.
Também não tenho jeito para fotografia e nem sequer tenho máquina.
O que descreves posso subscrever porque também por vezes páro para apreciar a beleza que envolve a tua/nossa serra de Sintra.
Beijos
Oh Bartolomeu
Brel? se gosto! e La Valse à Mille Temps, linda com o seu jogo de palavras entre Temps e Ans.
Obrigado.
Ainda não li esse livro sobre Sintra, mas estou sempre interessada sobre tudo o que diga respeito a esta Serra.
Beijinho
Olá Fatyly
à hora que costumas ir para a praia, também deves ver espectáculos impressionantes.
beijinho
Sintra é sempre o lugar da bruma...e
da ilusão. Linda, linda.
Bj.
Há momentos mágicos deslumbrantes!
É dos sítios que encantam.
Saímos de Sintra com a vontade de voltar.
Beijo, Amiga
Olá Mateso
Pois é! e é sempre uma beleza
Beijinho
Olá Cris
e há recantos em que a magia é maior.
beijinho, Linda
Viva!
Ando por aqui a desbravar e deparei-me com o palácio que vejo ao longe, mas que o visito de quando em vez...mais para andar pela serra e senti-la...tenho momentos sublimes lá.
Estou a uns 15km do centro e mais uns pouquinhos do alto - da Pena.
Mas avisto mais ou menos a 700m a linha do horizonte com um pôr do sol, como poucos que vi doutros lugares....talvez porque esta zona seja mágica, já que passaram por aqui os templários, e pelo que dizem, há portais bem perto.
Aguardemos então as novidades que o céu nos reserva.
Estude! e Ouça-se sobretudo, no silêncio de si.
Abraços de sempre
M.
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