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19 de setembro de 2008

FIM DE SEMANA NO MINHO


Pousada se São Bento na Caniçada

Maria tinha tido a ideia de irem só mulheres passar um fim de semana, sozinhas e conseguiram que ela também largasse a sua varanda, o que as admirou, mas ela encolheu os ombros e disse logo que sim, dizendo que Mónica deveria precisar de todas.
Olharam-na desconfiadas, mas um fim de semana pode dar para tantas conversas....
Foram para a Pousada de São bento na Caniçada, pretendendo fugir às praias.
Mónica estava alegre por passar esses dias sem pensar no Pedro
Ela, parecia indiferente, centrada num mundo só seu.
Depois do jantar de sexta-feira resolveram dar um passeio a pé, numa noite quente e sem vento, poucas luzes e céu estrelado, indo até lá baixo à Caniçada propriamente dita.
É mais difícil do que pensava, começou Mónica em quanto desciam estrada fora, ainda todas em silêncio, esperando que começasse a falar a que mais precisava de desabafar, o Pedro tem pouco tempo livre e eu também, não pode passar noites fora, por isso é quase sempre de corrida.
- Mas estás bem? perguntou Rosa
- estou bem quando estou com ele ou a trabalhar, estávamos bem! mas a nossa relação está cada vez mais afunilada. Há cama a mais....
- como cama a mais? perguntou Maria
- eu percebo o que ela está a dizer. Não há passeios, não há idas ao cinema, porque como têm pouco tempo preferem passá-lo juntos. Aconteceu-me com o Rodrigo. Mas fazem falta todas as outras coisas que se fazem quando podemos partilhar uma pessoa por inteiro. Só agora com o Filipe, percebi bem quanto castradora pode ser uma relação em que um, ou os dois são casados.
- sim é isso, acrescenta Mónica, apesar de ele me telefonar imensas vezes...há esperas demais e sinto falta ...da companhia dele. Ou sentia, já nem a mim me percebo. Como tu dizias ando entre o inferno e o paraíso, mas agora, já há mais inferno
- há quanto tempo andas com ele, pergunta Rosa
- há quase onze meses. Às vezes parece que já passou o encantamento….
- tão cedo! Disse Maria, quase para os seus botões
mas Mónica ouviu-a e disse com ar triste
- não é só do lado dele; acho que a mim também o encantamento está a passar
A conversa pairava no ar, sem ninguém interromper o silêncio
- o meu problema são os filhos do Filipe....ele quer que vamos viver juntos e a mim não me apetecia outra coisa, mas vai ser difícil os filhos aceitarem….
- essa agora! exclamou Maria interrompendo-a, mas que idade têm os filhos dele e quanto tempo estás com eles?
- Têm 16 e 18 anos.
No outro dia fomos jantar todos, eles tinham sido avisados e correu mal. A que tem 18 anos foi de uma agressividade enorme comigo e com ele. Parecia até que o pai se tinha separado da mãe, por minha causa. O Filipe está divorciado há dez anos e eu só entrei na vida dele ainda não há um ano.
- Não és capaz de passar por cima desse problema? perguntou Rosa, não consegues dominar a situação? Não te estou a conhecer…
- é a primeira vez que o Filipe apresenta uma mulher aos filhos e já lhes disse que iríamos viver juntos....a filha deve achar que lhe estou a roubar o pai....não sei se quero ser a madrasta má e de 15 em 15 dias ter problemas.
Ou por outra, tenho a certeza absoluta que não quero passar por isso.
- e vais perder o Filipe por causa deles? pergunta Mónica, achas que não tens direito a ser feliz?
- acho que o Filipe, se quer viver comigo, tem de tratar da situação; os filhos não são nenhuns bebés e eu não estou para ser maltratada por eles e ficar sem saber como agir. Há sempre a hipótese de vivermos juntos e quando for os fins de semana com os filhos ele ir para casa com eles.
- e que diz ele a isso
- ainda não lhe expus a situação, Rosa. Na verdade só me lembrei dela agora aqui a conversar convosco. É bom podermo-nos afastar, parece que se vêem as coisas mais claramente
Mónica que tinha ficado calada sem intervir no resto da conversa, diz de repente
- sabem? Acho que a minha relação com o Pedro está por um fio…
- então acaba Mónica. Sei que é preciso coragem, mas é o melhor que podes fazer para não te vires a sentir rejeitada. Não deixes arrastar, vai ser mais doloroso, porque vais ver o estilhaçar da relação e se for ele a acabar vais ficar mais ferida.
Tens razão, vou ver se me mentalizo. Já nem sei se gosto dele ou não. Mas também vou agora em trabalho a Barcelona...pode ser que consiga.
- Tenta com muita força, Mónica, disse Maria e virando-se continuou a conversa
- mas achas que o Filipe vai aceitar bem a sugestão?
- Não sei. Provalmente se fosse eu aceitava-a muito mal, por isso o melhor será ele dar com a resposta em vez de ser eu a dar-lhe a ideia....
O que acham vocês?
Mas nenhuma delas lhe respondeu
Rosa mudou a conversa quando lhes perguntou se já tinham pensado na subida que tinham pela frente, para voltar à Pousada
Houve uma gargalhada geral
- hoje vamos todas dormir que nem santas, exclamou Mónica
O resto do fim de semana, posta a conversa séria em dia, foi passado entre risos e conversas, passeios à Serra da Peneda e Gerez, conversas e risos daquelas que só as mulheres as sabem ter, quando estão entre amigas.

8 comentários:

Anónimo disse...

From: noticias@portugalnoticias.com
To: ;
Subject: Paneleiros
Date: Fri, 19 Sep 2008 09:43:37 -0300
ESTÁ O “BAILE ARMADO”
CASAMENTOS HOMOSSEXUAIS CRIA ROTURA NO PS

Manuel Abrantes
Segundo publica o “Diário de Notícias” a direcção nacional do PS receia que possa haver uma rebelião no grupo parlamentar socialista quando da discussão do projecto do Bloco de Esquerda para legalizar o casamento entre homossexuais. O DN sabe que as indicações vieram do secretariado e que a direcção do grupo parlamentar impôs ontem o voto contra do PS no próximo dia 10. Mas a reunião de ontem da bancada foi um prenúncio de que a matéria não é nada pacífica. No dia 10, a rebelião poderá estender-se a cerca de 30 deputados.

Ontem, um grupo de pouco mais de uma dezena de deputados, liderados por Paulo Pedroso, pediu a palavra para dizer que a liberdade de voto nestas matérias é uma exigência. O antigo braço-direito de Ferro Rodrigues, que regressou esta semana ao Parlamento, lembrou que existe uma Declaração de Princípios do PS, aprovada no congresso de 2002. O deputado disse ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Contra a obrigatoriedade do voto contra falaram vários deputados da JS (entre os quais o ex-líder Pedro Nuno Santos) e ainda Maria de Belém, Miguel Coelho (líder do PS/Lisboa), Vasco Franco, Ventura Leite, Marcos Sá e Ricardo Gonçalves. Este último resume o espírito, em declarações ao DN: "Este é um problema de consciência de cada um, tem a ver com o que cada um pensa sobre a matéria. Eu até posso ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo e achar que não é a altura de seguir o projecto do BE. Mas não prescindo da liberdade de voto". Ao fim da tarde, também José Eduardo Vera Jardim, antigo ministro da Justiça, veio reconhecer a necessidade de haver liberdade de voto. Contra a ideia falou Alberto Martins, líder parlamentar, e o porta-voz do PS, Vitalino Canas, que se resguardaram na ideia de que não existe um mandato para discutir a matéria que não consta do programa de Governo.
E NÃO HÁ LOBBY GAY…

Tal como afirmei na peça anterior ainda acredito que, como se aproximam actos eleitorais, os socialistas optem pela não aprovação dos casamentos homossexuais.Não é por acaso que os comunas apresentaram os seus projectos nesta altura. Sabiam que deixavam os socialistas entre a espada e a parede.Porque, se o calendário eleitoral não estivesse tão próximo, seriam os socialistas a apresentarem os tais projectos. Aliás, Sócrates já afirmou que essa discussão “ainda não era oportuna”. Assim, os comunas adiantaram-se na corrida.Se não houver reviravolta política nas próximas Legislativas podem contar com a aberração dos casamentos de homens com homens e de mulheres com mulheres.
Este será um facto.
Esta reviravolta apressada para aprovação e discussão do tema não foi por acaso. Se por um lado os comunas quiseram-se adiantar aos socialistas e, simultaneamente, encosta-los à parede, por outro, estão com medo dos resultados que possam advir das próximas legislativas.
Tudo aponta para que o tempo do “quer, posso e mando” dos socialistas está a chegar ao fim. Claro que o lobby gay está atento a isto e não perdeu tempo a elaborar estratégias. E, nada melhor do que os bloquistas para as porem em prática. Os bloquistas e o apêndice pcista “os verdes”.
.
E, já agora:
- Será que foi por acaso a reentrada de Paulo Pedroso na Assembleia nesta altura do campeonato ?
Isto, sem esquecer que este tema atira para segundo plano outro dos temas quentes : o dos divórcios a pedido. E isto interessa – e muito – ao PS.
São tudo coincidências ?
Será….
Manuel Abrantes

claras manhãs disse...

Olá Manuel Abrantes

Tenho pena de o decepcionar, mas sou a favor do casamento de homessexuais.
Não me faz diferença nenhuma que haja um LOBBY GAY
já me faz a maior diferença que a gasolina não desça, ou que os bancos andem a roubar, ou...tantas dessas coisas que me pioram o meu dia-a-dia.

sinceros cumprimentos

Fatyly disse...

Claras Manhãs não tenho nada a ver com isso porque o espaço é teu, mas acho uma tremenda falta de ética e respeito, virem numa de "copy e past" e espalharem uma notícia que se leu na imprensa escrita e online, SEM SEQUER REFERENCIAREM o teu post.
Caramba!!!! mas subscrevo a tua resposta:)
.............
Esses finse de semana deveriam ser obrigatórios:) porque por serem enriquecedoras carregam baterias!
A Mónica atravessa o que habitualmente acontece nos casais separados e com filhos, que quase sempre não aceitam uma terceira figura ao lado do pai ou da mãe, excepto como se diz, como se esclarece ou seja um trabalho de casa quase diário. Mas também não é só a ele que compete, Mónica também tem a sua quota parte de participação, excepto se se vislumbrar uma rotura entre ambos. São adolescentes, mas comportam-se tal e qual como se tivessem idades bem menores e a acrescentar a tudo isso a terrível ida semanal ou quinzenal para o pai ou para a mãe.
Mas os filhos mais cedo ou mais tarde cobram em dobro ao que não fez o melhor exercício:) O tempo será sempre o melhor conselheiro!

Ai, ai...como as relacções são tão difíceis, ou será como somos nós que as complicamos?

Adorei e sem sair do meu canto, fiz parte deste teu grupo de amigas e olha que bem precisava de ir apanhar uma lufada de ar fresco :):):)

Beijocas e um bom fim de semana

Mateso disse...

Não é fácil ajuizar a quem está de fora. Podem ser meras leituras, porque quem vive o assunto, sente-o sempre de forma diferente. Porém e, porque isto é apenas um lugar de ideias, direi que a a relação homem-mulher é algo incomensurável ,difícil de enquadrar, tremenda em viver, optima em partilhar, generalista em temática, especifica no sentir.
Mil Mónicas terá o Mundo e a resposta será diferente sempre. è uma espécie de melão cuja casca maduro , tanto pode ser doce como
puro pepino...
Parabéns pela acuidade do tema.
Bj.

claras manhãs disse...

Olá Fatyly

Anda a pôr em imensos blogs. Há pessoas que não têm mais nada para fazer.

Mas a pergunta põe-se, não é?
Como e porquê? como chegar a esses adolescentes?

beijinho

claras manhãs disse...

Olá Mateso


sim, é só uma troca de ideias, mas está a acontecer a toda a hora.
Quando já são adolescentes, até sofrem menos, penso. Mas enquanto crianças, aí é o diacho.
Apesar de saber que os filhos de pais que se não separam e se dão mal, sofrem para sempre o mau ambiente em que viveram.

beijinho

Teresa disse...

minha querida,

tenho ou temos o previlégio de ter essas conversas e risos descomprometidos e tão saudáveis.

beijo enorme! (desculpa, mas nem respondi a teu comentário)

claras manhãs disse...

olá Teresinha

É verdade!!
não te preocupes com respostas. Não precisamos disso.


Beijinho, Minha Querida