Foto de Leominster
O FUNES tem esse condão de me pôr a pensar, o que lhe agradeço do fundo do coração.
Porque será que não valorizamos a bondade, a generosidade?
Dou como exemplo figuras conhecidas, de todos
Madre Teresa, sempre me enervou, apesar de a considerar como das pessoas mais generosas do nosso tempo e, por isso a admirar.
Então o que se passará, para muitos de nós não gostarem de figuras como Madre Teresa ou Gandhi, mais um mas que me deixa incómoda, mas por quem também tenho admiração.
Porque serão os dois tão conhecidos, mas tão pouco falados?
Penso que sempre ligamos a bondade e a generosidade ao moralismo, esse sim, extremamente irritante.
Madre Teresa punha-me em causa. Com Gandhi acontece a mesma coisa.
Qualquer um deles põe a nu, a partir de agora refiro-me só a mim, o pouco generosa, o instalada que estou no meu conforto, o pouco disponível que estou, o pouco que luto.
Qualquer um pode ir para a Índia, e não precisa de desculpas de família ou de não ter dinheiro para o fazer, porque pode inclusive ir viver para a rua, ou arranjar abrigos, pedir ao ‘capital’ dinheiro para a sua obra, por exemplo, para os desalojados, ou para as crianças que passam fome.
Madre Teresa fazia caridade com o dinheiro dos outros, viajava de avião, etc, mas o que Madre Teresa deu foi a sua inteira disponibilidade, mesmo que se com o dinheiro de outros.
O que Madre Teresa deu foi a sua vida por um ideal: melhorar a vida de outros e conseguiu.
Eu sei que seria, que sou capaz de dar a minha vida na luta por um ideal, se esse ideal me obrigasse a lutar de armas na mão. Ideal heróico, luta heróica, mesmo que ideal comezinho.
Sei que não sou capaz de dar a vida, para viver na merda, embora se a sobrevivência me obrigar a viver nessa merda, o faça, mas, unicamente porque fui obrigada a isso, não por pura generosidade.
É isso que me enerva. É isso que me põe em cheque.
Foi moralista a Madre Teresa? Não sei se o foi, eu senti-o como tendo sido, por pura defesa.
Gandhi é o pacifista, na verdadeira acepção da palavra. Foi quem deu a outra face, não para perdoar, mas para não lutar de armas na mão.
Cá está, armas na mão é fácil, para mim.
Estar sentado no chão, em greve de advogados na África do Sul, como esteve ele e tantos, aguentando uma carga policial que lhes bateu como quis e onde entendeu, sem levantarem uma mão, ah! isso é difícil.
Fazer cair um império, vivendo em quase miséria, com greves de fome, que chegaram aos quarenta dias, e pacifismo completo e total, é demonstrar uma força de carácter invulgar.
Gandhi deu a sua inteira disponibilidade, deu a vida por um ideal: tornar independente o seu país, em pacifismo puro, mesmo cometendo o erro gigantesco de querer a Índia una com o que é agora o actual Paquistão.
Foi Gandhi, o pacifista, que levou a Índia á guerra, porque se tem aceitado a divisão da Índia e do Paquistão em vida, o mais certo era não ter existido guerra e ódios que ficaram para sempre.
É isso que me enerva. Gandhi põe em causa a minha força de carácter.
Foi moralista? Foi. Também me enerva.
Ser Amor, Paz e Luz é ser Harmonia é ser Sereno. Quem está perto de ser assim é moralista? A maior parte das vezes.
É isso que me enerva e enerva o FUNES.
Não há nada pior que o moralismo, pelo menos para mim.
O comentário do FUNES prende-se com uns quantos comentários que fiz num dos seus posts (não deixo link porque me envergonho deles), irritantemente, estupidamente moralistas.
O FUNES tem esse condão de me pôr a pensar, o que lhe agradeço do fundo do coração.
Porque será que não valorizamos a bondade, a generosidade?
Dou como exemplo figuras conhecidas, de todos
Madre Teresa, sempre me enervou, apesar de a considerar como das pessoas mais generosas do nosso tempo e, por isso a admirar.
Então o que se passará, para muitos de nós não gostarem de figuras como Madre Teresa ou Gandhi, mais um mas que me deixa incómoda, mas por quem também tenho admiração.
Porque serão os dois tão conhecidos, mas tão pouco falados?
Penso que sempre ligamos a bondade e a generosidade ao moralismo, esse sim, extremamente irritante.
Madre Teresa punha-me em causa. Com Gandhi acontece a mesma coisa.
Qualquer um deles põe a nu, a partir de agora refiro-me só a mim, o pouco generosa, o instalada que estou no meu conforto, o pouco disponível que estou, o pouco que luto.
Qualquer um pode ir para a Índia, e não precisa de desculpas de família ou de não ter dinheiro para o fazer, porque pode inclusive ir viver para a rua, ou arranjar abrigos, pedir ao ‘capital’ dinheiro para a sua obra, por exemplo, para os desalojados, ou para as crianças que passam fome.
Madre Teresa fazia caridade com o dinheiro dos outros, viajava de avião, etc, mas o que Madre Teresa deu foi a sua inteira disponibilidade, mesmo que se com o dinheiro de outros.
O que Madre Teresa deu foi a sua vida por um ideal: melhorar a vida de outros e conseguiu.
Eu sei que seria, que sou capaz de dar a minha vida na luta por um ideal, se esse ideal me obrigasse a lutar de armas na mão. Ideal heróico, luta heróica, mesmo que ideal comezinho.
Sei que não sou capaz de dar a vida, para viver na merda, embora se a sobrevivência me obrigar a viver nessa merda, o faça, mas, unicamente porque fui obrigada a isso, não por pura generosidade.
É isso que me enerva. É isso que me põe em cheque.
Foi moralista a Madre Teresa? Não sei se o foi, eu senti-o como tendo sido, por pura defesa.
Gandhi é o pacifista, na verdadeira acepção da palavra. Foi quem deu a outra face, não para perdoar, mas para não lutar de armas na mão.
Cá está, armas na mão é fácil, para mim.
Estar sentado no chão, em greve de advogados na África do Sul, como esteve ele e tantos, aguentando uma carga policial que lhes bateu como quis e onde entendeu, sem levantarem uma mão, ah! isso é difícil.
Fazer cair um império, vivendo em quase miséria, com greves de fome, que chegaram aos quarenta dias, e pacifismo completo e total, é demonstrar uma força de carácter invulgar.
Gandhi deu a sua inteira disponibilidade, deu a vida por um ideal: tornar independente o seu país, em pacifismo puro, mesmo cometendo o erro gigantesco de querer a Índia una com o que é agora o actual Paquistão.
Foi Gandhi, o pacifista, que levou a Índia á guerra, porque se tem aceitado a divisão da Índia e do Paquistão em vida, o mais certo era não ter existido guerra e ódios que ficaram para sempre.
É isso que me enerva. Gandhi põe em causa a minha força de carácter.
Foi moralista? Foi. Também me enerva.
Ser Amor, Paz e Luz é ser Harmonia é ser Sereno. Quem está perto de ser assim é moralista? A maior parte das vezes.
É isso que me enerva e enerva o FUNES.
Não há nada pior que o moralismo, pelo menos para mim.
O comentário do FUNES prende-se com uns quantos comentários que fiz num dos seus posts (não deixo link porque me envergonho deles), irritantemente, estupidamente moralistas.
13 comentários:
"Moralismo-doutrina ou atitude práctica, que tende a fazer da moral um absoluto que se basta a si mesmo"... isto, parece-me evidente que é uma forma de fundamentalismo...
... se o que se quer tornar absoluto é na verdade, uma tremenda generosidade, uma abnegação total, todas as atenuantes estão lá;
... mas a bondade só funciona como prática individual, de dentro para fora, não como imposição duma práctica colectiva... portanto ser moralista pode ser pedagógico mas muito arriscado.
Digo eu que ainda estou meia adormecida!
PS não discordem de mim de modo "violento"... estou de porcelana!
Pois bem, cara Inês Pimentel, discordo de si de modo violento.
E agora vou ler o seu comentário com atenção, para ver onde é que discordo.
Viva! Vamos à 2ª tarefa?
Olá Inês
foste ao dicionário Inês, mas bem sabes que quando estamos a falar de 'moralismo' a conotação que lhe damos, é uma tentativa de ser pedagógico, mas como se fossemos possuidores da verdade e a verdade quase nunca é só uma.
E isso é extremamente irritante e normalmente não serve de nada.
beijinho
Bora lá Alter ego
beijinho
Beijinho profeta
Sem querer polemizar...Ghandi e Madre Teresa apenas faziam o que achavam certo, mas de forma primeira a lhes preencher a própria necessidade de assim o ser, por acharem estas atitudes as mais corretas...se assim não fosse, com certeza não agiriam desta forma...nossa...que enrolação...rs...de qualquer forma...tiro o chapéu para eles pelo desprendimento e pela coragem...para se viver na merda e ser feliz, só mesmo pessoas super irritantes, assim como Ghandi e Madre Teresa...rs...consegui rir, hoje eu estou meio sei lá...meio inimigo de Ghandi...um abraço na alma da alma
Querida Minucha,
gostaria de me alongar nesta questão, mas teremos oportunidade para discutir pessoalmente.
Assim, permite que apenas te deixe um dos meus poemas.
beijinhos
Vicente
ESCOLHAS
todos os instantes futuros
serão passado.
ditames do fluir,
pois nada é cativo senão livre.
fundamentos da consciência?
o pensamento do coração
a redenção não é opção. é escolha!
como a luz,
a bondade,
o ser universal
e o aceitar do místico que nos faz no uno.
o tempo é maior do que o tempo humano!
Olá Elcio
Mas podes e deves criar a polémica.
Claro que fizeram o que acharam e ainda bem.
Repara, eu não os critiquei, nem criticarei, só disse que o moralismo é chato, e o que eventualmente eles me provocam, exactamente, por não ser capaz de fazer o mesmo.
beijinho
Olá Vicente
Obrigado pelo poema, lindíssimo e verdadeiro.
Claro que é uma escolha, mas isso não faz aceitar os moralismos.
Há também escolhas que não sou capaz de fazer
beijinho
olá querida,
não vou divagar sobre moralismo, falso ou modesto.
apenas quero dizer que, independentemente da interpretação que os outros possam fazer, aquilo que fazemos por alguém (ou por um conjunto de pessoas), se for no sentido de proporcionar algo melhor e/ou conforto emocional, vale sempre pena quando é essa a essência da nossa vontande.
beijo enorme!
Entrei para deixar umas palavras sobre a Madre Teresa de Calculem e o Gândula.
Sei que lutaram e foram humildes (?????????????? !!!!!!!!!!!), mas foram parar ao mesmo cesto dos papeis onde eu cairei ...
A nudez de valores, pode, em muitos casos ser uma vaidade encoberta ...
Mas vou sair sem dizer nada.
É que só no ocaso da vida é que somos eleitos como bons ...
Nunca gostei de história e então de mártires ... para mim só os copistas foram mártires ... até criaram heróis.
Podem até ser "chatos" por serem moralistas, mas se não houvessem pessoas assim (não me estou a referir ao ponto de bondade absoluta a que eles chegaram) não haveria bons exemplos a influenciarem boas decisões que podem tornar o mundo melhor.
Se já houve um Hitler que influenciou uma cambada de tristes, ao menos que hajam vários Gandhis para ver se isto melhora, assim já seriam uns tantos a viver na merda e já seria normal viver nela, assim o Gandhi já não era o Gandhi, era só mais um e já não irritava tanto :)
Grande teoria, vê-se mesmo que já é 1h da manhã :)
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