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11 de março de 2009

PALAVRAS QUE NÃO FAZEM FALTA




Ti Maria de Luis Oliveira



A MOFINA MENDES pediu para se começar uma lista de palavras que achamos não são necessárias. Aqui ficam algumas das minhas palavras.

Isto da idade dá para pensar logo no que tenho mais perto do caminho, se lá chegar

IDOSA – detesto a palavra idosa ou idoso. Costuma dizer-se que velhos são os trapos, mas para mim, a palavra velho dirigida a pessoas até pode ser carinhosa, o que já não acontece com idosa ou idoso, horrível, pirosa, politicamente correcta e se há alguma coisa que não gosto é do politicamente correcto
FALECER – outra abominável e que também não faz falta nenhuma. Eu irei morrer e que ninguém diga que faleci, ora favas! Morrerei ou morri! Mas será que já ninguém consegue ouvir os bois a serem chamados pelos nomes? Ainda aguento desfalecer embora prefira desmaiar.
DEFUNTO – mas que é isso de defunto? Jamais serei ou estarei defunta. Defunto lembra logo fantasmas e eu recuso-me a ser um fantasma agoirento. Serei uma morta e mais nada. Irra!!!
SEXAGENÁRIO – bah! Já sou! Mas a palavra lembra alguém bem velhinho que não aguenta com o peso dos anos e essa não é nada a minha imagem. Livra!


23 comentários:

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

Querida Minucha,

concordo em tudo contido, menos com o "morta". Acho que seremos "desencarnadas" :-))

Lembrou-me a minha mãe que ficava furiosa quando lia a palavra "sexagenário" e com razão!

LR Photography disse...

Falecer Maria é a palavra amável da morte.

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

acho que será mais agradável "esticar o pernil", principalmente se for dançante :-))

claras manhãs disse...

Olá Júlia


Penso que sim, Júlia, mas preferi não entrar por aí.
morte é morte, agora o que não quero é falecer
risos

beijinho

claras manhãs disse...

Olá Adrian

Nunca gostei muito de amabilidades linguísticas
Gosto da palavra morte e não gosto da falecer. Até me arrepio só de pensar que posso falecer
risos

beijinho

claras manhãs disse...

Não reparei neste comentário, Júlia.
Esticar o pernil também gosto, então se for dançante, ou a dançar, melhor

beijinho

Mateso disse...

pois é... mas cruzes canhoto...ainda por cá cirandamos.. e espero por bom tempo. As palavras, bah, são só palavras...Valem pouco comparadas com todo o resto (de nós)
Bj.

Fatyly disse...

Também detesto as palavras IDOSA e DEFUNTO, as outras não me incomodam :))))
acrescentaria mais umas quantas, como por exemplo:
ESPOSA (prefiro marido e mulher)
- DIVORCIADA (prefiro separada)


Beijocas e um bom dia

Mofina disse...

Este post, amiga, está de morte!!! Fantástico...

Só me parece é a palavra sexagenária, apesar de tudo, é mais suave do que quarentona que é quase obscena... :)

Beijionhos

claras manhãs disse...

Olá Mateso

sorriso divertido
Tal e qual e sim, esperemos que ainda por cá andemos algum tempo.
Prevalece a minha curiosidade

beijinho

claras manhãs disse...

Olá Fatyly

Tens razão, esposa e insuportável.
Divorciada é-me indiferente

beijinho

claras manhãs disse...

Olá Mofina Mendes

Querentona é uma palavra estúpida, no mínimo, pelo menos no seu significado menosprezador, porque hoje em dia as balzaquianas são as quarentonas e já não as trintonas.
Por isso minha querida, quando alguém disser quarentona, está implicitamente a fazer um elogio.

beijinho

CNS disse...

Falecer torna a morte banal, de olhos baixos e voz embaraçada.

um beijo

FERNANDINHA & POEMAS disse...

QUERIDA AMIGA, JÁ AQUI FOI DITO E CONCORDO, QUE FALECER É A PALAVRA AMÁVEL DA MORTE... UM GRANDE ABRAÇO DE CARINHO RE TERNURA,
FERNANDIHA

claras manhãs disse...

Viva Cristina


Que bom vê-la!
Estou de acordo consigo, diz-se falecer quase envergonhado

beijinho

claras manhãs disse...

Olá Fernandinha

Não acho necessário a simpatia com a morte.
A morte é como o nascer.
Mas, para mim, nascer é um milagre e a morte tem o mesmo significado ou inportância.
Por isso não gostar que lhe retirem o seu peso

beijinho terno

António Conceição disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
António Conceição disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
António Conceição disse...

Como é costume, discordo :-)
Todas as palavras fazem falta e não são dispensáveis. O problema é antes o inverso: há palavras que não existem, mas deviam existir.
Por exemplo, eu continuo sem perceber como é que os portugueses podem continuar a viver tranquilamente desde o séc. XVI sem a palavra "esbugalhardeira". Esbugalhardeira é uma palavra absolutamente imprescindível na língua portuguesa, para designar um aparelho que, ao mesmo tempo, sirva para agrafar e desagrafar papéis:
- "Ó Sílvia, passa-me aí a esbugalhardeira, se faz favor, que eu tenho que enviar este dossier para o Senhor Simões"
- Aqui está! Mas toma cuidado que ela não está a funcionar bem. Ainda ontem o Jaime se picou na mão, ao tentar desbugalhardar o contrato da Dona Amélia.

E, insisto, as palavras que existem fazem todas muita falta. Só para citar um exemplo dos que refere: "defunto" não pode em hipótese alguma ser substituído por "morto". "Morto" usa-se para um morto qualquer. Ora, o defunto não é um morto qualquer. O defunto é um morto bem conservado, mas ressequido. Por isso é defunto, que é uma palavra da família dos produtos fumados ou defumados. Um cadáver crivado de balas, com pedaços da cara arrancados, todo desfeito, é com certeza um morto, mas não é um defunto. Defunto é, por exemplo, a múmia de Ramsés qualquer coisa, toda seca e estaladiça.

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

Esbugalhardeira é pior que sexagenária, lá isso é :-)

O Ramsés nem é defunto nem morto, é mumia, com bem disse :-/

claras manhãs disse...

Funes muito Querido

Esbugalhardeira gosto! tal como alpercatas, qualquer das duas me faz rir, sem saber porquê
Devem tocar em algum ponto do riso.
Devia, sem dúvida, haver mais destas palavras
Defuntos, devem ser aqueles santos muito bem conservadinhos porque ao Ramsés ninguém fala dele como defunto mas sim como múmia, como bem disse a Júlia

Beo terno, sorridente

claras manhãs disse...

Olá Júlia

esbugalhardeira gosto, definitivamente
só a dificuldade que tenho de a pronunciar, me põe à gargalhada
Ainda faço as pazes com a sexagenária, é o que pareço quando a tento repetir pela décima vez

beijinho

Carla disse...

palavras que também eu dispenso
beijos