VAN GOGH
Estava deitada no chão sentindo o calor da terra acolhedora, que o sol aquecera.
Tirou a t shirt, oferendo o corpo aos raios solares, já moreno de si, quando a brisa passageira a refrescou e veio-lhe à mente uma frase de um poema de Fernando Pessoa
«…não quero nada do acaso, senão a brisa na face…»
Acaso, acaso, pensativa repetia, acaso é o pão nosso de cada dia, embora se diga que colhemos o que semeamos…..o acaso espreita a cada momento, infiltra-se
provavelmente o ‘colher’ estará na resposta dada ao acaso quando o acaso invade
Há os afortunados que conseguem não responder ao acaso, não era o seu caso, que nem se lembrava de contar até três como sempre lhe tinham ensinado
Sorriu feliz com o afago da brisa na face e pareceu-lhe que de acaso não tivera nada. Fora conscientemente que ali se tinha deitado no meio de tanto amarelo a perder de vista, com o céu azul por cima, o rio a correr ao seu lado, azul também, como seria evidente
Amarelo, sempre gostara de amarelo e de vermelho e do azul, mas amarelo era a sua cor, o sol e a lua
Não, não fora acaso a brisa na face, nem o amarelo nem o azul, nem o calor da terra nem o rio.
Riu feliz, por saber ter escolhido o momento
Estava deitada no chão sentindo o calor da terra acolhedora, que o sol aquecera.
Tirou a t shirt, oferendo o corpo aos raios solares, já moreno de si, quando a brisa passageira a refrescou e veio-lhe à mente uma frase de um poema de Fernando Pessoa
«…não quero nada do acaso, senão a brisa na face…»
Acaso, acaso, pensativa repetia, acaso é o pão nosso de cada dia, embora se diga que colhemos o que semeamos…..o acaso espreita a cada momento, infiltra-se
provavelmente o ‘colher’ estará na resposta dada ao acaso quando o acaso invade
Há os afortunados que conseguem não responder ao acaso, não era o seu caso, que nem se lembrava de contar até três como sempre lhe tinham ensinado
Sorriu feliz com o afago da brisa na face e pareceu-lhe que de acaso não tivera nada. Fora conscientemente que ali se tinha deitado no meio de tanto amarelo a perder de vista, com o céu azul por cima, o rio a correr ao seu lado, azul também, como seria evidente
Amarelo, sempre gostara de amarelo e de vermelho e do azul, mas amarelo era a sua cor, o sol e a lua
Não, não fora acaso a brisa na face, nem o amarelo nem o azul, nem o calor da terra nem o rio.
Riu feliz, por saber ter escolhido o momento
22 comentários:
Convenhamos que a reflexão pode enveredar por caminhos invios ou ímpios, se bem que nada nos diga que o acaso não fosse aparentemente ligado a algo premeditado.
Um acaso casualmente provocado.
O Pessoa queria "dêem-me, aqui onde jazo, só uma brisa que passe".
Parece-me que ela procurou o calor da terra, desnudou-se para o sol e deitada, pensou no caso do acaso.
Soprou a brisa e lembrou-se do resto de Pessoa,
"não quero nada do acaso, senão a brisa na face,/
dêem-me um vago amor de quanto nunca terei/
não quero gozo nem dor, não quero vida nem lei.
Riu feliz do acaso?
Uma arte, essa de saber escolher o momento. E que não está ao alcance de todos. :)
Todos os momentos são frutos escolhidos pelo acaso!
Amo o quadro... se não é o meu preferido o Van anda lá bem perto!
Olá Xistosa
sorriso
Descontextualizei a frase, Xistosa.
adoro aquela frase.
Riu feliz, porque por acaso estava um dia feito à sua medida, quente quanto bastasse, não demasiado quente
beijinho
Olá Mike
Todos temos, felizmente, penso, essa arte....de vez em quando
risos
beijinho
Olá Inês
Também é um dos que mais gosto.
Mas todos os amarelos de Van Gogoh são espectaculares
Todos os momentos são fruto do acaso?
Vou pensar melhor nisso
sorriso pensativo
beijinho
seria bom se por um acaso eu mergulhasse nessa tela amarela (adoro o amarelo desde menina) e olha, não sairia, nem par hasard , nem por escolha.ficaria suspensa no momento :-P
beijo.
Risos
uuaauuu Júlia!
Par hasard mergulhavas, mas ficavas
Não era mal escolhido, não senhora.
beijinho
A dificuldade, que não o era é que ia levar esse agradável dia para a brejeirice.
Deitada em terra quente, sem a t-shirt, oferecendo-se ao sol, só isso perturbou o Van Gogh e foi isso que me levou a tentar ajudar o pobre pintor, que a ele sim, a brisa na face ... o resto já está dito.
Gosto de espreitar à janela, mas gosto janelas de duas folhas e não de guilhotina.
Destas, só temos um ângulo, nas outras abarcamos tudo.
Pequenos momentos e gestos que a vida nos oferece e que a maioria não sabe tirar partido.
Gostei!
Beijocas
O segredo sempre foi esse...escolher o momento!
e porque o acaso é o pão nosso de cada dia, encontro sempre aqui
o saco na porta
o pão para amanhã
e saio. vigiado pelo acaso.
um beijo
Querida Minucha, esperamos outro Momento, este amarelo começa a ficar aflito :-P
beijooooooooooooos
O acaso...existirá? Um puro caso de escolha ao acaso, direi, ou melhor, ocasional caso de uma escolha casual... e por aí fora...
Mas caso, acaso e ocaso, fora estes, o texto é uma bela divagação do fortuito deliberado consciente ,capeado de um amarelo soberbo. Aliás Van Gogh, para mim é o único na conquista do amarelo palha. Soberbo na sua arte!
Bj.
Um texto interessante e uma bela pintura de Van Gogh.
Beijos!
Olá Xistosa
risos
Também gosto de janelas bem abertas, mas sempre gostei muito das janelas de guilhotina, talvez devido à memória de um namoro escondido
beijinho
Olá Fatyly
Têm sido esses momentos que têm feito de mim uma preguiçosa, nestes dias
sorriso divertido
beijinho
Olá Adrian
Tens toda a razão, e quantas vezes não erramos esse momento
beijinho
Olá Paulo
e acompanha-te sempre o meu sorriso terno
beijinho
Olá Júlia
Por estes lados estamos mal de momentos, por agora, minha querida.
Não sei quando voltarão
beijinho
Olá Mateso
Gosto de amarelo e os de Van Gogh são soberbos, como dizes.
beijinho
Olá Desnuda
Obrigado
beijinho para ti
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