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17 de dezembro de 2008

A ESPERA



Jack Vettriano




Como esperei a tua chegada. É cedo? é tarde? tanto faz
sei que esperei impaciente, depois vi os dias a passar, os anos e fui acalmando
pensando que não virias, já era tarde e, ias sempre adiando, dando por desculpa o trabalho, às vezes, uma outra qualquer
vi passar os dias, os anos
e fui olhando para o lado, deixando que alguém me aquecesse a alma e o corpo também.
Mas chega a notícia que, depois de tanta espera, afinal sempre voltas ao lugar que sempre foi teu
Mais novo? Mais velho?
depende de quem tu és.
Tenho alguma curiosidade, mas no fundo, no fundo, não vou querer saber, pelo menos antes de contigo me encontrar
o tempo passou e quero caprichar para te ir ao aeroporto esperar, impaciente por te poder abraçar e beijar, que bem sabes que sem os beijos teus, a vida é menos bela
vejo-te a sair do avião, o tempo que vais demorar desde este instante em que te vejo
tantos dias passados, tantos anos
até ao meu lado chegares, é a espera insuportável, aquela que vai demorar mais anos do que todos aqueles que já por ti esperei.
Conto os segundos, que demoram horas a passar, olho o relógio e o ponteiro não passa do mesmo lugar, 15 segundos, tantas horas, quantas mais terei de aguardar até te ver aquela porta atravessar
Tantos anos, ainda, para te reencontrar
mas quando te vejo, rosas na mão, corro para ti, percebendo finalmente que não houve esquecimento, só um ligeiro atraso, que tudo voltou ao lugar que não sabia existir
dias passados, tantos, que já nem os sei contar
o beijo que me deste, renovou o amor,
a dor foi já esquecida, para daqui a um pouco novamente recomeçar


21 comentários:

Anónimo disse...

o tempo exulta o desejo!

Belo e intenso texto.
Obrigado

Bartolomeu disse...

Afinal... a vida é uma espera constante e consecutiva.
É como que um grande teatro com múltiplos palcos, todos com o pano corrido, excepto um, onde se desenrola o acto. Terminado este, baixa-se o pano apagam-se as luzes de cena e no palco ao lado, inicía-se a representação de nova peça, sempre aguardada com expectativa.
Have a kiss my dear!
;)

claras manhãs disse...

Olá Vicente


Não sei se o tempo exultará o desejo, também o pode amansar.

Obrigado pelo 'belo e intenso'

beijinhos

claras manhãs disse...

Olá Bartolomeu

Não estás a falar de 'vidas paralelas' quanticamente falando, pois não?
Gostei da imagem do teatro como vida.

beijinho

Fatyly disse...

E como amar termina em "ar" fizeste um conjunto de palavras que li a cantar e a trautear.

Os reencontros são sempre bons como uma lufada de ar fresco nas relações que se querem duradouras.

Gostei!

Beijocas

Desnuda disse...

Querida,

voce trouxe o brilho das claras manhãs ao meu blog. Que todos os seus dias brilhem como claras manhãs. Imagine-se dentro deste brilho, sempre. Deixe-se banhar pelas cores do branco que reflete todas as cores e tons da vida. Que o amor esteja de mãos dadas com você, sempre. Seja seu companheiro de todas as horas e nunca estará sozinha, pois bons pensamentos e amor são sempre os nossos " anticorpos" para qualquer desventura.


Boas Festas! Felicidades! E muita...muita alegria.

Meu terno beijo e meu abraço MULHER-MÃE.


Obrigada, Minucha.

Será um enorme prazer receber o teu brilho no meu outro blog : o Sam


http://sentimentos-sam.blogspot.com

. intemporal . disse...

Quanto a mim, sempre que existam sentimentos, sejam eles de que origem for, existe a intemporalidade em os sentir.

Porque sentir é sinónimo de permanecer.

E permanecer é sinónimo de essência pura, que se sente, sem espaço, sem tempo.

O sentido da espera, a chegada, o reencontro, mais não são do que a celebração do que sentimos, em tom maior.

Gostei muito deste post. Obrigado.

claras manhãs disse...

Olá Fatyly

Partidas e chegadas obrigam a encontros e reencontros.

beijinho

claras manhãs disse...

Olá Sam

já lá fui e fiquei encantada.
Obrigado pelo que me desejas, obrigado do fundo do coração.
Para ti, outro tanto

Boas-Festas!

beijinho

claras manhãs disse...

Olá Paulo

nem sabes o que te agradeço por este comentário
Não tinha pensado conscientemente em intemporalidade, embora a tenha sentido e lhe tenha dado um outro nome.
Obrigado

beijinho

SAM disse...

Obrigada pela gentileza, querida. E ratifico todos os votos de bem e do bom para sua vida.


Beijos!

claras manhãs disse...

obrigado Sam

beijo grande

silvioafonso disse...

.

Ah, minha Maria sem tara, sem cara e Claras Manhãs. Maria sem sobrenome, perfil, silhueta, sem cara feia ou bonita, sem roupa de festa ou de chita. Maria perfeita, sinistra bonita. Maria do Blog, dos posts, perguntas, respostas. Maria de Jesus Cristo, certamente um rosto triste como o ano que prometia ficar, mas que se vai.

silvioafonso


.

claras manhãs disse...

Olá Silvio


seja bem-vindo ao claras manhãs.
Nada de rosto triste nem de Jesus Cristo, aí você se enganou.
Tem sobrenome, claro, é Anónima.
Gostei de passar por lá, pelo teu.

Beijinho

Carla disse...

o amor atenua a dor...mesmo que seja a da separação
beijos

inespimentel disse...

Minuxa... hnnnum... temos aí num cantinho uma recordação palpitante?... uma chamazinha que teima em acender e apagar, ciclicamente?? mm?

claras manhãs disse...

Olá Carla


Dizem que sim, eu cá não sei, felizmente

beijinho

claras manhãs disse...

Olá Inês

sorriso divertido

Nan!!!!
Desta vez foi tiro ao lado.
Gostei da imagem e pensei em escrever para ela.

beijinho, minha querida

silvioafonso disse...

.

Não precisava ter dito. O perfume denunciou a sua presença. Ninguém entra ou sai dos meus domínios sem que eu tome conhecimento.
Gostei do cheiro, pena que o vento, cúmplice, o levará para outras exigências.

silvioafonso

.

Mateso disse...

O tempo, sem tempo, e, em... tempo ...de sentir.
Gostei muito.
Bj.

claras manhãs disse...

Olá Mateso


Tu és uma querida, sempre me fazes qualquer tipo de elogio.
E este 'gostei muito' deixa-me encantada

beijinho