As folhas, em contra-luz naquele fim de tarde, pareciam rendas pretas, completamente desenhadas, era assim que lhe parecia que a via agora
Iam vinte anos desde que começara a namorar, aos 15, tão crente que aquele amor duraria toda a vida, no entanto ali estava ela com aquela angústia dentro, com aquele medo de não ser rainha do mundo, olhando para trás e esquecendo quanto fora amada e amara, sentindo aquele vazio que dava por volta dessa idade, agora a várias mulheres, no fundo, ainda agarrada aos sonhos de infância, querendo que a paixão fosse um crescendo, não aceitando o seu desaparecimento, achando tão pouco o amor e a rotina do dia-a-dia.
Dissera-lhe que o pior era não lhe poder falar, mas era o que agora lhe fazia, sabendo tão bem que esperava o seu telefonema, diariamente, olhando o relógio, não sabendo se de manhã ou de tarde, talvez à noite...
Mulheres que vingam profissionalmente mas que ainda esperam pelo seu príncipe, embora nunca, mas nunca o confessem...riem até desdenhosas se por descuido alguém lhes fala em mitos...têm necessidade de paixão, precisam de juras eternas, não se contentando com menos, julgam elas, sem se darem conta que, tantas vezes, perdem o que de melhor tiveram
Sabe que há melhor, sabe que já teve melhor, não sabendo fazê-lo renascer, procura-o fora, sem medir, obstinadamente, pensando só que tem esse direito e tem.
Continua a olhá-la em contra luz, pensando na mudança profunda que vai acontecer dentro do grupo deles que vão, alguns, de certeza, fazer escolhas entre eles, tomar partido e, por acréscimo dentro do seu grupo de pais e avós, todos amigos, que vão ter de se habituar a conviver com as crianças sem pai ou sem mãe, com mais um namorado e uma namorada, o grupo deles também partido, quase perdido…..
Lembra-se como se sentiu quando se separou...nunca pensou no grupo nem nos outros....Parece fácil não é? Só quando somos nós a tomar as decisões, quando são os outros...
Trinta e cinco anos, nem sequer metade da esperança de vida, mas aquela angústia de ser só aquilo a vida, os filhos já quase adolescentes, casa emprego, emprego casa, embora com bom nível de vida, mas aquela angústia de pouco traço se deixar, ainda a vontade de mudar o mundo, de deixar ficar rasto histórico..um filme, uma grande história de amor, não ser só, porque parece tão pouco, foram felizes para sempre Sonhámos todas, penso, no ser feliz para sempre, mas com glamour, seja lá isso o que for, mas na tranquilidade do dia-a-dia é difícil o ser feliz para sempre ser reconhecido.
Uma pena!!!
8 comentários:
Há partículas de felicidade no dia-a-dia e temos que nos adaptar às mudanças e de facto nunca digo "Uma pena" porque nada muda, nós é que temos que mudar.
Beijos e um BOM DIA
Eu bem disse... afinal acredito em profecias. (risos)
Olá Fatyly
desta vez não percebo o yteu comentário, minha querida.
Acho uma pena estes dois separarem-se e isso nada tem a ver com eu mudar ou não.
beijinho
gargalhada divertida
por esse caminho qualquer dia acredita em bruxas...
Cuidado!!!
risos
beijinho
Claras Manhãs
ora vês? claro que temos que mudar, porque assistir a uma separação é sempre problemática e triste, daí eu dizer que temos que nos adaptar e mudar a nossa forma de agir e pensar, numa aceitação.
Por exemplo de uma filha, ficamos entre dois fogos, dizemos "que pena" mas há que olhar em frente.
Percebeste agora? heheheh
Beijocas miúda
Percebi sim, lindinha
Embora não se trate, desta vez, de filhos, mas sim de filhos de amigos, mas é quase a mesma coisa.
Gosto imenso destes dois!
beijinho
Filhos de amigos é de facto quase a mesma coisa e é sempre complicado.
Beijocas
muito complicado
beijinho, Fatyly
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