Atiro-me à água, onde sempre renasço e nado para lado nenhum, só com o prazer de me sentir no meu elemento e poder fazer de conta que mais ninguém existe
faço piruetas e danço por a música estar dentro de mim, acompanhada com cardumes de peixes que se abrem para me receber e se fecham ao meu redor, tentando que me transforme num deles.
Ao longe avisto golfinhos que se dirigem para mim e já cavalgo num deles, saltando e mergulhando a um ritmo impressionante, enquanto vamos brincando como se a vida nada mais fosse que este mar onde reina a confiança.
Depositam-me no fundo onde me agarro a uma âncora, velha, apodrecida que me prende e tolhe os movimentos e eles julgando que já não quero a sua companhia partem aqui me deixando mais uma vez só, num elemento que é meu, mas que também me é estranho.
Quem se aproxima agora são tubarões que me rodeiam; ao olhar bem para eles acho que têm um ar pacífico se comparados com os que me costumam rodear quando em terra ando.
Sei que é tempo de voltar, que não vou poder aqui continuar, o ar já me vai faltando, mas caí no erro de me agarrar a esta âncora, podre, velha, que me prende, que os movimentos me tolhe, não sabendo como me hei-de libertar por ter medo do que vou encontrar, neste oceano que tenho mais uma vez de atravessar.
Quando me mexo os tubarões ficam agressivos e já pensam que me podem devorar, mas sem pensar vou à luta e consigo afastar-me, já faltando pouco para chegar à superfície e poder respirar.
Golfada de ar com força aspirada que me queima, arde, me devolve à vida e me faz chorar por ter vindo de um elemento que me era estranho, mas que também era meu, para ter chegado a lado nenhum, sem ter forças para o caminho reiniciar, de volta para qualquer lado.
Esgotadas as forças, deixo-me me levar por este mar que está tão calmo, parecendo que me quer aceitar tal como sou, parecendo de amor feito, sem já querer saber onde me vai depositar, se em lado nenhum ou em qualquer lado, pacificada, embalada por esses amorosos braços, que me mantêm à tona, sonho contigo, chamo por ti, meu possível Amor
estarei longe de mais para não me conseguires ouvir? por ser certo que não apareces, mas vejo ao fundo a luz de um farol e continuo confiante nesta corrente de amor feita, que me levará a qualquer lado ou a lado nenhum, mas sei que te vou encontrar onde me quiseres esperar...
Quando penso que estou perdida, que o teu amor poderá não existir, sinto uma mão que me puxa para um abraço embalado, esgotada adormeço nos teus braços, sabendo que, finalmente, poderei ter chegado a casa
Ao longe avisto golfinhos que se dirigem para mim e já cavalgo num deles, saltando e mergulhando a um ritmo impressionante, enquanto vamos brincando como se a vida nada mais fosse que este mar onde reina a confiança.
Depositam-me no fundo onde me agarro a uma âncora, velha, apodrecida que me prende e tolhe os movimentos e eles julgando que já não quero a sua companhia partem aqui me deixando mais uma vez só, num elemento que é meu, mas que também me é estranho.
Quem se aproxima agora são tubarões que me rodeiam; ao olhar bem para eles acho que têm um ar pacífico se comparados com os que me costumam rodear quando em terra ando.
Sei que é tempo de voltar, que não vou poder aqui continuar, o ar já me vai faltando, mas caí no erro de me agarrar a esta âncora, podre, velha, que me prende, que os movimentos me tolhe, não sabendo como me hei-de libertar por ter medo do que vou encontrar, neste oceano que tenho mais uma vez de atravessar.
Quando me mexo os tubarões ficam agressivos e já pensam que me podem devorar, mas sem pensar vou à luta e consigo afastar-me, já faltando pouco para chegar à superfície e poder respirar.
Golfada de ar com força aspirada que me queima, arde, me devolve à vida e me faz chorar por ter vindo de um elemento que me era estranho, mas que também era meu, para ter chegado a lado nenhum, sem ter forças para o caminho reiniciar, de volta para qualquer lado.
Esgotadas as forças, deixo-me me levar por este mar que está tão calmo, parecendo que me quer aceitar tal como sou, parecendo de amor feito, sem já querer saber onde me vai depositar, se em lado nenhum ou em qualquer lado, pacificada, embalada por esses amorosos braços, que me mantêm à tona, sonho contigo, chamo por ti, meu possível Amor
estarei longe de mais para não me conseguires ouvir? por ser certo que não apareces, mas vejo ao fundo a luz de um farol e continuo confiante nesta corrente de amor feita, que me levará a qualquer lado ou a lado nenhum, mas sei que te vou encontrar onde me quiseres esperar...
Quando penso que estou perdida, que o teu amor poderá não existir, sinto uma mão que me puxa para um abraço embalado, esgotada adormeço nos teus braços, sabendo que, finalmente, poderei ter chegado a casa
16 comentários:
Embalados à tona d'agua, ou, calcando a terra dura dos caminhos,ou cruzando os ares, vamos sempre percorrendo o espaço que nos conduz ao nosso destino.
Esse maravilhoso desconhecido, essa mágica e invisível entidade, que nos atrai inexorávelmente e... entre brincadeiras mais ou menos atrevidoas, consegue manter-nos motivados a segui-lo e a acreditar que um dia nos irá surpreender.
Mas surpreende-nos dia-a-dia, hora-a-hora, minuto-a-minuto.
Beijo, bela sereia encantatória!
;)
Quem se aproxima agora são tubarões que me rodeiam; ao olhar bem para eles acho que têm um ar pacífico se comparados com os que me costumam rodear quando em terra ando.
....................
tens metáforas fantásticas neste texto onde se sente cada palavra e termino com o mesmo adjectivo do Bartolomeu:
Obrigado "sereia encantatória" por este momento de leitura e recebe um xicoração.
PS: já tinha notado no Claras e agora aqui a tua aplicação do acordo ortográfico...
eu estou ainda anos luz:)
Olá Bartolomeu
Não tem nada que saber, a vida continua
e enquanto continuar é sempre uma maravilha, por piores que alguns dias o sejam.
Tu, Bartolomeu, és pássaro voador, portador dos mais belos sonhos, não te esqueças de, de vez em quando, os escrever
beijinho
Olá Fatyly
bem-vinda a este espaço.
Fico tão contente de te ver por aqui!
o acordo ortográfico é de caras e bem simples.
Obrigado pelo teu comentário, sabes como gosto deles.
beijinho
"mas vejo ao fundo a luz de um farol e continuo confiante nesta corrente de amor feita, que me levará a qualquer lado ou a lado nenhum, mas sei que te vou encontrar onde me quiseres esperar..."
Estou sentado na rocha, junto ao farol. À tua espera. Não me vez, porque não é chegada a hora. Um dia, quando o sol, por fim, desaparecer vermelho no horizonte e não me procurares mais, encontrar-me-ás.
Aguardar-te-ei.
Olá Funes Querido
Quer-me cá parecer que lhe vou passar a mandar os meus textos para os acabar.
Já é o segundo em que prefiro o seu final
Lindo o que escreveu.
beijinho
Texto lindíssimo: muito bem escrito e cheio de uma finíssima sensibilidade.
Nele perpassa um tom poético tão intenso que cabe perfeitamente chamar-lhe poema em prosa!
Olá Joaquim Maria
Estou comovida por o ver aqui!
Obrigado pelos seus elogios, que sei são sinceros
Mas também tenho textos cheios de amargura ou/e revolta, agressividade, etc
Beijinho
Forte sensibilidade.
Querida Claras,
Viu o que escrevi acima?
"Não me VEZ, porque não é chegada a hora"
"VEZ", por "VÊS!
Que vergonha! Vou já pintar a cara com estrume e nunca mais aparecer.
haverá porto mais seguro do que os braços do homem amado?:-)
linda viagem no mar dos sentidos!
um texto de uma sensualidade bonita de se ler.
Olá Mário
sorriso
às vezes afina, mas só às vezes
Obrigado
Beijinho
Veja lá, Funes Querido
que passo a vida a enganar-me nas teclas e com esta minha impaciência que me caracteriza, nunca olho para trás a ver dos erros
quando vi o seu engano, pensei
espero que o Funes não dê por ele.
Afinal....
beijinho
Olá Júlia
às vezes não sei nada e o video que está no seu blog, pôs-me a pensar tanto
Incrível como há "coisinhas" que nos fazem dar mil reviravoltas, que não era suposto
e tenho de lá ir mais outra vez e já hoje fui várias vezes.
Por isso o seu blog é tão espectacular.
beijinho e obrigado pelo seu blog
Tocou-me, aqui, bem no fundo do peito.
Beijos de mar!
Olá Poemar
eu gostei muito do escrever, por ser sentido.
bem-vinda!
beijinho de amanhecer de sol
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