La Rencontre - Claude Théberge
Está ali à beira das ondas que vêm de mansinho ter com ele, o sol poente avermelhado que por entre as nuvens pinta de rosa a areia que ainda tem restos de água
está ali à beirinha com ar zangado punhos cerrados que eleva enquanto vai lançando palavras que nem se percebem bem mas parece zangado, chego-me mais um pouco a ver se lhe entendo as palavras, vira-se num repente e grita para o ar, ou para mim, que fico petrificada
- são vocês que dão cabo de tudo, são vocês por não perceberem nada que não os deixam vir!
olho para trás para ver se está mais alguém e dou com uma praia já deserta, já perto das oito e meia, ao longe as últimas pessoas que se vão e fico sem saber se vou ou fico, olhando para ele que me continua a invectivar
- é consigo que estou a falar, não vê que está a estragar tudo, não vê os passos que está a deixar na areia molhada?
Aproximo-me lentamente, tão devagar que mal se percebe que ando, mas...
- e ainda está a dar mais passos, teimosa! atreve-se a não os deixar vir?
paro, olho à volta e o meu olhar deve dizer do abismada que estou, mas ainda digo em minha defesa
- mas são os passos traçados na areia que os não deixam vir?
- também, porque estraga os reflexos do sol. Mas não os vê? mas eles estam à sua espera, que se decida, ou que se vá, ou que os entenda
- eles, quem? os peixes? Pergunto baixinho não vá a voz incomodar, sei lá quem
- não! julga que estou parvo? os outros! claro que não os vê, só eu os vejo, mas esta é a hora deles e ou os entende ou se vai embora
- sabe, é que eu a esta hora é que gosto da praia....já viu o mar, o céu e o sol? e a cor? este rosa avermelhado que tudo inflama? A esta hora é que eu gosto de aqui estar, mas se o estou a incomodar....
- a mim não incomoda nada, a eles incomoda que não os entenda e por isso tem de se ir
- acha que não me deixarão ficar, sabendo que também gosto deles?
- gosta sem os entender, sem os ver?
- Já aprendi a gostar do que não vejo, às vezes só sinto e sinto-me tão bem...não me quer deixar ficar, que fico sossegadinha, prometo
hesita sem saber o que fazer, olha para todos os lados, conversa não sei com quem e acaba por aquiescer
- vou só ali num instantinho, mais ao fundo
sento-me nessa água baixinha que não vai a lado nenhum, nem sobe nem desce e fico à espera intrigada
Arrasta uma rede pela água e quando chega junto a mim, puxa-a um pouco mais para a areia, abre-a e mostra orgulhoso....nada, ou sonhos..... serão só dele e por isso não os entendo, ou por não os entender é que os não vejo?
- estão felizes por a ver....diga lá que não são lindos, imaginativos, de todas as cores
fico calada sem saber o que dizer
- não os vê? Anda desconcentrada e perde-se assim. Mas olhe então para estes que são amigos e para virem até aqui é porque gostam de si
- Aaaah! já sei, digo eu orgulhosa, apesar de só ter percebido parte do dito, também ando por sítios onde não vejo ninguém, só ouço vozes e sei que são de amigos
- logo vi que começava a compreender. Onde é o seu sítio?
- dentro da minha casa. Sento-me, tenho de tocar numas teclas e eles aparecem, também aparecem outros... nunca lhe aconteceu?
- aqui só aparecem amigos
- tem mais sorte, então. Ainda para mais está nesta praia tão linda ao pôr-de-sol....
- Se calhar tem de arranjar um sítio melhor...
- lá é um sítio muito bonito também, tenho o mundo ao alcance da mão e amigos. Quando não aparecem tenho tantas saudades!
- olhe já estão a ir embora, o sol já se pôs, é a hora deles. Mas todos os dias aparecem, basta eu cá estar
- comigo acontece o mesmo
- apareça amanhã outra vez, para ver se vê o resto
- vou fazer os possíveis, mas também tenho saudades dos meus amigos, tenho de os visitar
E decidida vou ter com os meus amigos, ao tocar nas teclas, de quem tenho tantas saudades.
Vou é mudar um pouco:
manterei alguns links, poucos, com muito menos produção e sem moderação de comentários
Que venham os Amigos de quem tantas saudades tenho
basta tocar numas teclas, não é?
está ali à beirinha com ar zangado punhos cerrados que eleva enquanto vai lançando palavras que nem se percebem bem mas parece zangado, chego-me mais um pouco a ver se lhe entendo as palavras, vira-se num repente e grita para o ar, ou para mim, que fico petrificada
- são vocês que dão cabo de tudo, são vocês por não perceberem nada que não os deixam vir!
olho para trás para ver se está mais alguém e dou com uma praia já deserta, já perto das oito e meia, ao longe as últimas pessoas que se vão e fico sem saber se vou ou fico, olhando para ele que me continua a invectivar
- é consigo que estou a falar, não vê que está a estragar tudo, não vê os passos que está a deixar na areia molhada?
Aproximo-me lentamente, tão devagar que mal se percebe que ando, mas...
- e ainda está a dar mais passos, teimosa! atreve-se a não os deixar vir?
paro, olho à volta e o meu olhar deve dizer do abismada que estou, mas ainda digo em minha defesa
- mas são os passos traçados na areia que os não deixam vir?
- também, porque estraga os reflexos do sol. Mas não os vê? mas eles estam à sua espera, que se decida, ou que se vá, ou que os entenda
- eles, quem? os peixes? Pergunto baixinho não vá a voz incomodar, sei lá quem
- não! julga que estou parvo? os outros! claro que não os vê, só eu os vejo, mas esta é a hora deles e ou os entende ou se vai embora
- sabe, é que eu a esta hora é que gosto da praia....já viu o mar, o céu e o sol? e a cor? este rosa avermelhado que tudo inflama? A esta hora é que eu gosto de aqui estar, mas se o estou a incomodar....
- a mim não incomoda nada, a eles incomoda que não os entenda e por isso tem de se ir
- acha que não me deixarão ficar, sabendo que também gosto deles?
- gosta sem os entender, sem os ver?
- Já aprendi a gostar do que não vejo, às vezes só sinto e sinto-me tão bem...não me quer deixar ficar, que fico sossegadinha, prometo
hesita sem saber o que fazer, olha para todos os lados, conversa não sei com quem e acaba por aquiescer
- vou só ali num instantinho, mais ao fundo
sento-me nessa água baixinha que não vai a lado nenhum, nem sobe nem desce e fico à espera intrigada
Arrasta uma rede pela água e quando chega junto a mim, puxa-a um pouco mais para a areia, abre-a e mostra orgulhoso....nada, ou sonhos..... serão só dele e por isso não os entendo, ou por não os entender é que os não vejo?
- estão felizes por a ver....diga lá que não são lindos, imaginativos, de todas as cores
fico calada sem saber o que dizer
- não os vê? Anda desconcentrada e perde-se assim. Mas olhe então para estes que são amigos e para virem até aqui é porque gostam de si
- Aaaah! já sei, digo eu orgulhosa, apesar de só ter percebido parte do dito, também ando por sítios onde não vejo ninguém, só ouço vozes e sei que são de amigos
- logo vi que começava a compreender. Onde é o seu sítio?
- dentro da minha casa. Sento-me, tenho de tocar numas teclas e eles aparecem, também aparecem outros... nunca lhe aconteceu?
- aqui só aparecem amigos
- tem mais sorte, então. Ainda para mais está nesta praia tão linda ao pôr-de-sol....
- Se calhar tem de arranjar um sítio melhor...
- lá é um sítio muito bonito também, tenho o mundo ao alcance da mão e amigos. Quando não aparecem tenho tantas saudades!
- olhe já estão a ir embora, o sol já se pôs, é a hora deles. Mas todos os dias aparecem, basta eu cá estar
- comigo acontece o mesmo
- apareça amanhã outra vez, para ver se vê o resto
- vou fazer os possíveis, mas também tenho saudades dos meus amigos, tenho de os visitar
E decidida vou ter com os meus amigos, ao tocar nas teclas, de quem tenho tantas saudades.
Vou é mudar um pouco:
manterei alguns links, poucos, com muito menos produção e sem moderação de comentários
Que venham os Amigos de quem tantas saudades tenho
basta tocar numas teclas, não é?
21 comentários:
Tenho andado à sua procura...
Obrigado pelo seu comentário naquela «Porta».
Algum dia eu teria de fazer asneira: como deve ter reparado, aquele blogue não tem aberta a caixa de comentários (uma mania minha), desta vez esqueci-me de ocultá-la, o que fiz agora.
Não leve a mal, por favor.
Saudações cordiais.
Olá Ricardo
Obrigado por ter andado à procura.
Percebi que tinha sido um esquecimento, mas resolvi aproveitar.
Tive sempre pena que não houvesse comentários, porque tem poemas lindos!
Beijinho
Já tenho a minha lista actualizada!
Beijinhosssssss
Que bom, Minucha!
Que venham muitos dias a seguir a este para assinalar a nossa presença aqui
Que venham muitos textos com palavras de todas as cores.
Muita inspiração
alegria, sorrisos
amigos com palavras feito Flores..
"Amen"
beijo meu
Um Prazer voltar a Lê-la!
Beijinho.
Mário
Lindo, Minucha!
Inteligente!
Saboroso e aconchegante, como só seria esperável vindo de ti.
A magia das palavras, embaladas no som encantantório da flauta.
Obrigado Minuchinha.
(os sonhos voam mais alto quando nos sentamos à beira do mar)
;)
e a música é linda!
Oh Xantipa!
Obrigado pela visita,obrigado por tudo
Beijinho
Júlia Minha Querida
O prazer de a ter aqui, de a reencontrar num espaço meu.
Não serão só flores, mas haverá sorrisos e lágrimas, como sempre
Era capaz de perder a graça....
risos
Já conhecia a música, mas quando a pus ontem aqui, achei ....que quase me pertencia
Beijinho grande
Olá Mário Querido
Bem-Vindo!!!
E as saudades que eu tinha dum comentário seu?
Beijo grande, com agradecimento imenso
Minucha
Viva Bartolomeu
Também já tinha saudades tuas, muitas, mas também porque nem apareces no teu espaço e eu preciso de me encantar, e lá é certo que fico.
Sonha-se melhor, é certo, como dizes, voam mais alto
beijinho
Cá vim eu para deixar um beijinho e matar as saudades desta escrita maravilhosa...
Ainda de fugida, muito de fugida, que agora ando a "saltar os meus telhados"... estrada acima, estrada abaixo... vida de gata ambulante :P
Beijinhos
Não sei bem como comentar , mas... vejamos:
O encanto do absurdo plasmado em palavras que abrem o sonho. A quimera que de despede do dia na rede aberta da amizade,a incompreensão do invisível ainda que perceptível no espaço da vida, o gosto desejado pelo calor humano que parte sempre que a noite engole o dia. Os sentidos, todos eles num texto lindo. Os meus parabéns.
Bj.
obrigada pelo aviso. voltarei cá, ao meu ritmo. gostei imenso do texto e na verdade, estamos à distância de um click que pode mudar muita coisa ;)
beijo enorme!
(vou actualizar link)
Olá Nanny
Minha querida, nem eu passava sem ti.
Devo-te um mail, que te mandarei, penso que esta noite
obrigado, por teres vindo
beijinho
Olá Mateso
acho que já te disse a admiração que tenho por ti, pelo bem que escreves, pelo teu imaginário infindável
e pelas
as análises que fazes.
tomara conseguir fazê-las!
Obrigado, o texto ficou lindo depois do que disseste
beijinho
Teresa Queridinha
o ritmo é sempre o que cada um quiser, e o meu vai ser mais lento, também.
mas que não passava sem ti, sabes que é uma certeza
beijinho
CARAMBAAAAAAAAAA finalmente e ao alcance de um clik encontrei-te.
Fechas o Claras, perdes ou lavas o telelé (?) e sou tão abusadora que me deparo com este post, num blogue simples e lindissimo.
Parabéns por este texto e acredita que já tinha saudades e como "aqui só aparecem amigos", recebe um grande abração.
Olá Fatyly
Mas fui ao teu blog, deixar-te o anúncio, viste?
Então não é que o meu telemóvel ficou bom, depois de bem sequinho?
YYEEEssss"
beijinho e obrigado por teres vindo
Claras manhãs
não está nenhum comentário no meu blog com anúncio deste teu novo espaço:(
Ai sim? que sorteeeeeeeee:)
Beijocas
Já é a segunda vez que isto acontece.
Não devo ter clicado no publicar
Desculpa Fatyly
Beijinho
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