Não percam a discussão sobre as praxes AQUI, posts escritos por vários convidados, ainda só vão no primeiro, mas a discussão acesa. Já há um aluno morto. O que se dirá aos pais dele?
Com o devido respeito, a questão "praxes sim ou não?" faz tanto sentido como a questão "sequestro: sim ou não?", ofensas corporais: sim ou não?", "injúrias: sim ou não?", "crime: sim ou não?". As actividades sadomasoquistas são inteiramente legítimas, desde que praticadas num ambiente de absoluta segurança e sã consensualidade. Não tenho dúvidas de que não é esse o caso da generalidade dos caloiros que se submetem às humilhações da praxe. Sejamos claros: aquilo que se passa na praxe é a prática dolosa de crimes graves. Que se passe na universidade e que aí se tolere o que mais lugar algum se toleraria, diz bem do estado de decadência a que chegaram as nossas elites.
... ou acabe-se com a praxe, como sucedeu comigo em 1964. Penso que foi nesse ano. Quatro "meliantes", acabámos com as praxes (na m/faculdade) e até meteu troços de couves no ar e a abaterem-se sobre alguém. Nem as histéricas praxantes escaparam ... Quando o limite é ilimitado, sucede a desvirtuação. A lei prevê estes desmandos (penso eu). Sempre os houve e não vão acabar por decreto. Há que responsabilizar exemplarmente quem desvirtua uma prática que foi "tolerada" por quase todos.
Abuso de confiança, acções de grupo movidas pelo entusiasmo descontrolado em que os limites não estão, à priori, definidos, são sempre de evitar... no fim, quando nem tudo correu bem, ou correu mesmo TUDO mal, sacar culpas ou encontrar responsáveis é chover sobre o molhado! Tudo o que é feito em grupo, sem regras e em ambiente de euforia, e quando uns fazem o que aos outros é feito, sem serem tidos nem achados para mim não serve!
As praxes eram limitadas aos estudantes universitários que sem eu saber a razão agora até os do secundário já fazem praxes. A praxe era e é tolerável e até engraçada quando não é exercido o "factor abusivo" praticado sempre em grupo e por vezes bem regados com alcool. A minha filha foi praxada e correu lindamente, mas na época já uma das faculdades estava "a braços" com "excessos". Hoje é um exagero e compete igualmente à sociedade civil "intervir" quando se depara com "praxes" completamente aparvalhadas e perigosas, excepto se as mesmas ocorrerem dentro da própria faculdade. Há dois anos quando fui dar sangue, parei no Rossio a "ver uma dessas bandas a passar". às tantas um grupo de seis praxava outros seis e enfiava a cabeça dentro de uma das fontes do Rossio, de tal forma que quase sufocavam. Parti para o ataque por achar algo perigoso já que são raras as pessoas que fazem "apneia"! Fui gozada? Não e falei com o chefe de grupo que cresceu para mim e vi que aquele olhar estava encharcado em alcool. Chamei as autoridades e intervieram SIM SENHORA! Ninguém foi detido mas as praxes acabaram ali. Fui para o comboio e entrou um grupelho do grupelho, olharam para mim e nada disseram. Soube mais tarde que as mesmas "foram proibidas fora de portas da faculdade" e sei que nunca mais houve excessos!!!
"O que se dirá aos pais de um aluno morto?", não sei linda porque subscrevo o que diz inespimentel:"sacar culpas ou encontrar responsáveis é chover sobre o molhado!" Este é dos tais assuntos que nem merecem "discussão", mas mais "intervenção", porque a meu ver "cada faculdade deveria adoptar medidas restritivas" como a do caso que eu presenciei!
Não tenho nada contra as praxes desde que sejam feitas com cabeça, tronco e membros.O que acontece é que quando um aluno coloca a sua capa sente-se logo acima do comum dos mortais e projecta na vítima, o caloiro, todas as suas frustrações.É o seu momento de "glória", um hino á estupidez natural...
Para vos responder e porque penso que não foram ao link que deixei, aqui fica uma resposta a um dos comentários
«.... A esta pergunta/resposta eu pergunto: o que é um caloiro? Será uma forma arcaica de dizer calor? O tratamento do calor está a melhorar? Está a fazer publicidade aos ares condicionados? O que é um calor maior e vacinado? pensava que isso se aplicava às pessoas na idade adulta. Outra coisa que eu não compreendo é associar fatos de abutre a lutadores pela liberdade. Alguns dos estudantes dessas gerações vestiam esse fato porque era a farda (eram tempos de fardas) mais barata, ao contrário de hoje, que só quem tem mãe e pai bem de finanças é que pode encomendar. Não compreendo que relação pode ter ela com lutas pela liberdade. E não vejo nos dias que correm nenhum estudante vestido assim a lutar seja pelo que for. E aqueles que refere das outras gerações não me parece que lutassem por esses bibes. Por último, uma coisa na qual estamos realmente em desacordo: eu não reconheço o direito de praxar, porque não reconheço o direito de humilhar. E praxar é humilhar, e é mais, é o prazer de humilhar. E tenho dúvidas quanto ao direito de ser praxado. Como o direito de ser roubado, o direito de ser violado, etc. Não percebo E quem é praxado não está nas melhores condiões para determinar até onde quer ir. E se eu estiver sujeito a um processo judicial por violar a integridade física de um cidadão que nada me fez, garanto que esses abutres viram comigo sujeitos ao mesmo processo.»
9 comentários:
Com o devido respeito, a questão "praxes sim ou não?" faz tanto sentido como a questão "sequestro: sim ou não?", ofensas corporais: sim ou não?", "injúrias: sim ou não?", "crime: sim ou não?".
As actividades sadomasoquistas são inteiramente legítimas, desde que praticadas num ambiente de absoluta segurança e sã consensualidade. Não tenho dúvidas de que não é esse o caso da generalidade dos caloiros que se submetem às humilhações da praxe.
Sejamos claros: aquilo que se passa na praxe é a prática dolosa de crimes graves. Que se passe na universidade e que aí se tolere o que mais lugar algum se toleraria, diz bem do estado de decadência a que chegaram as nossas elites.
... ou acabe-se com a praxe, como sucedeu comigo em 1964.
Penso que foi nesse ano.
Quatro "meliantes", acabámos com as praxes (na m/faculdade) e até meteu troços de couves no ar e a abaterem-se sobre alguém.
Nem as histéricas praxantes escaparam ...
Quando o limite é ilimitado, sucede a desvirtuação.
A lei prevê estes desmandos (penso eu).
Sempre os houve e não vão acabar por decreto.
Há que responsabilizar exemplarmente quem desvirtua uma prática que foi "tolerada" por quase todos.
Cumprimentos e uma boa semana.
Abuso de confiança, acções de grupo movidas pelo entusiasmo descontrolado em que os limites não estão, à priori, definidos, são sempre de evitar... no fim, quando nem tudo correu bem, ou correu mesmo TUDO mal, sacar culpas ou encontrar responsáveis é chover sobre o molhado!
Tudo o que é feito em grupo, sem regras e em ambiente de euforia, e quando uns fazem o que aos outros é feito, sem serem tidos nem achados para mim não serve!
As praxes eram limitadas aos estudantes universitários que sem eu saber a razão agora até os do secundário já fazem praxes.
A praxe era e é tolerável e até engraçada quando não é exercido o "factor abusivo" praticado sempre em grupo e por vezes bem regados com alcool.
A minha filha foi praxada e correu lindamente, mas na época já uma das faculdades estava "a braços" com "excessos".
Hoje é um exagero e compete igualmente à sociedade civil "intervir" quando se depara com "praxes" completamente aparvalhadas e perigosas, excepto se as mesmas ocorrerem dentro da própria faculdade.
Há dois anos quando fui dar sangue, parei no Rossio a "ver uma dessas bandas a passar".
às tantas um grupo de seis praxava outros seis e enfiava a cabeça dentro de uma das fontes do Rossio, de tal forma que quase sufocavam.
Parti para o ataque por achar algo perigoso já que são raras as pessoas que fazem "apneia"! Fui gozada? Não e falei com o chefe de grupo que cresceu para mim e vi que aquele olhar estava encharcado em alcool. Chamei as autoridades e intervieram SIM SENHORA! Ninguém foi detido mas as praxes acabaram ali.
Fui para o comboio e entrou um grupelho do grupelho, olharam para mim e nada disseram. Soube mais tarde que as mesmas "foram proibidas fora de portas da faculdade" e sei que nunca mais houve excessos!!!
"O que se dirá aos pais de um aluno morto?", não sei linda porque subscrevo o que diz inespimentel:"sacar culpas ou encontrar responsáveis é chover sobre o molhado!"
Este é dos tais assuntos que nem merecem "discussão", mas mais "intervenção", porque a meu ver "cada faculdade deveria adoptar medidas restritivas" como a do caso que eu presenciei!
Beijos e foi bom vir até aqui!
Bom fim de semana
Não tenho nada contra as praxes desde que sejam feitas com cabeça, tronco e membros.O que acontece é que quando um aluno coloca a sua capa sente-se logo acima do comum dos mortais e projecta na vítima, o caloiro, todas as suas frustrações.É o seu momento de "glória", um hino á estupidez natural...
Bom fim de semana
Para vos responder e porque penso que não foram ao link que deixei, aqui fica uma resposta a um dos comentários
«.... A esta pergunta/resposta eu pergunto: o que é um caloiro? Será uma forma arcaica de dizer calor? O tratamento do calor está a melhorar? Está a fazer publicidade aos ares condicionados? O que é um calor maior e vacinado? pensava que isso se aplicava às pessoas na idade adulta. Outra coisa que eu não compreendo é associar fatos de abutre a lutadores pela liberdade. Alguns dos estudantes dessas gerações vestiam esse fato porque era a farda (eram tempos de fardas) mais barata, ao contrário de hoje, que só quem tem mãe e pai bem de finanças é que pode encomendar. Não compreendo que relação pode ter ela com lutas pela liberdade. E não vejo nos dias que correm nenhum estudante vestido assim a lutar seja pelo que for. E aqueles que refere das outras gerações não me parece que lutassem por esses bibes. Por último, uma coisa na qual estamos realmente em desacordo: eu não reconheço o direito de praxar, porque não reconheço o direito de humilhar. E praxar é humilhar, e é mais, é o prazer de humilhar. E tenho dúvidas quanto ao direito de ser praxado. Como o direito de ser roubado, o direito de ser violado, etc. Não percebo E quem é praxado não está nas melhores condiões para determinar até onde quer ir. E se eu estiver sujeito a um processo judicial por violar a integridade física de um cidadão que nada me fez, garanto que esses abutres viram comigo sujeitos ao mesmo processo.»
beijinho
Olá Funes Querido
Totalmente de acordo consigo.
O título foi uma propositada provocação.
beijinho
Eu diria que sim, desde que feitas concientemente.
Eu já passei por elas e não foi nenhum "fim do mundo".
Beijinhos
Ainda hei-de voltar a este assunto.
depois vos digo porquê
beijinhos a todos
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